Pedro Hayashi
Taciana Melissa de Azevedo Kuhn
Todo produtor se preocupa em manejar os problemas que surgem ao longo da safra o mais rápido possível. Porém, muitas vezes a pressa faz com que se desconheça quem realmente está causando o dano, seja uma doença ou um
inseto. No entanto, a identificação do agente causal é muito importante, pois a estratégia de controle é, muitas vezes, modificada em caso de espécies diferentes. Um exemplo dessa situação é o caso da Bemisia tabaci, no qual é
de extrema importância conhecer qual o biótipo presente no cultivo, pois ocorrem diferenças importantes na transmissão de viroses e no seu controle. Já no caso de murcha bacteriana, a identificação da raça pode ajudar a
rastrear a origem da bactéria.
A Tuta absoluta, a qual é uma praga conhecida e extremamente danosa na cultura do tomate, pode estar infestando lavouras de batata, sendo confundida com outra traça muito semelhante, a traça da batata, Phthorimaea
operculella.
A traça T. absoluta é praga introduzida no Brasil, originária do Peru, cujo primeiro registro em nosso país ocorreu em 1979 em tomate no Paraná. Além do tomateiro, T. absoluta ocasionalmente coloniza o cultivo da batata e
outras solanáceas silvestres, como a maria-pretinha (Solanum americanum) e o joá-bravo (S. aculeatissimum), as quais têm potencial de manter e permitir a dispersão regional das populações da praga (Michereff Filho et al. 2015).
A comparação, realizada em laboratório, do desenvolvimento da traça do tomateiro em tomate e em batata determinou o tempo de estágio larval de 12 dias em tomate e 14 dias em batata, a 25 °C. A fecundidade observada foi
de aproximadamente 130 ovos/fêmea em tomate e 98 ovos/fêmea em batata. Embora o estudo demonstre que o tomate é um hospedeiro mais adequado que a batata, percebe-se que a população da traça do tomateiro pode
crescer e se desenvolver neste segundo cultivo, sugerindo que em condições favoráveis de campo, como em temperatura ideal, concentração de recursos, eliminação de inimigos naturais pelo uso incorreto de inseticidas, etc.,
a população pode se tornar um problema (Pereyra e Sánchez, 2006), fato que tem sido observado em algumas situações de campo.
Os sintomas são muito parecidos na parte aérea, e a principal diferença na infestação das duas espécies é que não são observados danos causados pela traça do tomateiro aos tubérculos, já a traça da batata causa danos à
parte aérea e também aos tubérculos (Figura 1, A e B).
Figura 1. A – Danos causados pela traça do tomateiro (Tuta absoluta) em batata. B – Danos causados
pela traça da batata (Phthorimaea operculella) em batata.
Apesar do controle dos dois insetos ser parecido, através da aplicação de produtos com chlorfenapyr, avermectina ou piretróide na parte aérea, a traça do tomate pode ser mais difícil de ser controlada, pois apresenta populações resistentes em pouco tempo. Por esta razão, a correta identificação e implantação de outras táticas dentro do manejo integrado de pragas é o recomendado. Além do controle químico, há também como alternativa o
controle biológico, usando fungos (Beauveria bassiana), bactérias (Bacillus thuringiensis) e parasitoides (Trichogramma sp).
Como alerta, é prudente que os produtores que estiverem com problemas de controle da traça em seus campos façam a coleta dos insetos para a identificação correta do agente causal dos danos, podendo assim tomar medidas mais específicas e apropriadas para o controle.
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