Atualmente a “bola da vez†são os biocombustíveis. Não temos dúvidas da importância e nada contra o desenvolvimento destes produtos, porém gostaríamos de alertar sobre as consequências que a expansão das culturas que produzirão biocombustíveis causará as demais cadeias produtivas, principalmente aquelas destinadas ao abastecimento do mercado interno.
Concentraremos esta discussão nas culturas de cana-de-açúcar, soja e milho representando o time dos biocombustíveis e da batata, tomate e feijão representando o time dos produtos agrícolas destinados ao abastecimento interno e abordaremos os seguintes fatores: econômico, social e fitossanitário.
Quanto ao fator econômico não há dúvidas de que as exportações de biocombustíveis
contribuirão para aumentar o saldo da balança comercial do Brasil, no entanto, não devemos nos iludir, pois os “gringos†estão construindo e comprando as maiores empresas e as melhores terras para a produção de cana, milho e soja. O custo
de produção das hortaliças e frutas está aumentando cada vez mais em função
da elevação dos preços de arrendamento e dos insumos agrícolas.
Quanto ao fator social o time dos biocombustíveis gerará menos empregos à população e consequentemente poderá contribuir para aumentar ainda
mais os insuportáveis problemas de criminalidade que ocorrem no Brasil.
A organização e a união profissional são as alternativas mais viáveis para resolver os problemas e proporcionar a sustentabilidade e perenidade de todas as cadeias produtivas.
Na prática, assim como a globalização, o resultado será a concentração de renda e o aumento da exclusão social.
Quanto à fitossanidade, novos e sérios problemas estão surgindo devido à expansão do time do biocombustíveis sobre as regiões produtoras do time dos produtos agrícolas destinados ao abastecimento interno. Atualmente já são uma realidade os prejuízos causados pela lagarta-do-cartucho e da lagarta- mede-palmo na cultura da batata
e da mosca-branca no tomate e feijão.
A maioria dos novos problemas é frequentemente dificílima ou impossível de controlar, ou seja, pode causar prejuízos de 100%…
Mediante as situações acima citadas e de outras não discutidas é importante
alertar sobre a possibilidade da ocorrência de desabastecimento do mercado interno de produtos horticolas, do desequilíbrio social e das consequências de novos problemas fitossanitários.
A organização e a união profissional são as alternativas mais viáveis para resolver os problemas discutidos e proporcionar a sustentabilidade e perenidade de todas as cadeias produtivas.
Sem dúvidas que a iniciativa e coordenação do fórum visando à união e a organização profissional das cadeias produtivas caberá aos governantes do Brasil, assim como será obrigação dos representantes de todas as cadeias apoiarem e agirem de forma
conjunta visando o equilíbrio e crescimento de todos.
Autor: Natalino Shimoyama, Gerente Geral ABBA
Fonte: Revista Cultivar HF - Abril / Maio 2007
http://www.cultivar.inf.brDiante dos problemas enfrentados pelos produtores de batata no país é urgente gestão profissional, produção em escala, tecnologia e associativismo para manter-se no mercado
A supervalorização de produtos derivados da batata, frente ao baixo preço pago ao produtor, assusta a cadeia produtiva quanto ao futuro do setor.
Ao mesmo tempo em que as grandes redes de supermercados proporcionam benefícios como comodidade ao consumidor, segurança, promoções, qualidade...
Entenda as alterações no mercado de batata ao longo das últimas décadas no Brasil. PARA LER A MATÉRIA NA ÍNTEGRA CLIQUE AQUI