A oferta de batata no Brasil

Eng.ª Agr.ª Rossana Catie Bueno de Godoy Departamento de Economia Rural Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento do Paraná email: rossana@pr.gov.br


O Brasil cultiva anualmente em torno de 171 mil hectares com batatas (Solanum tuberosum L.), com produção média de 2,6 milhões de toneladas. Analisando-se a área e a produção brasileira dos últimos dez anos, verifica-se que, houve um decréscimo de 9% na área cultivada, enquanto que, a produção aumentou 8%, o que significa, ganho em produtividade.


Neste sentido, o rendimento médio por área vem evoluindo significativamente: em 1991 a produtividade média nacional era de 14.090 kg/ha, em 2000 foi de 17.800 kg/ha. Estes dados expressam notoriamente o Reajuste do setor na busca da competitividade.



O Estado de Minas Gerais destaca-se como o principal produtor nacional, participando com 32% do total produzido no Brasil, seguidamente o Estado de São Paulo com 24% e na sequência, o Estado do Paraná com 22%. Mais da metade da produção nacional concentra-se na Região Sudeste.
Em termos de época de produção, a colheita da batata no Brasil ocorre em três safras distintas, com a seguinte distribuição: Safra das águas: com colheita de dezembro a março, concentra 52% da quantidade ofertada no ano; Safra da seca: com colheita de abril a julho, responde por 30% do total e, Safra de inverno: colheita de agosto a novembro, participa com 18% do abastecimento nacional.
Na safra das águas, os Estados do Paraná e de Minas Gerais competem pelo mercado; na safra da seca o Paraná é o principal provedor, com pequena diferença para Minas Gerais e São Paulo, já na safra de inverno, o abastecimento fica por conta de São Paulo e Minas Gerais.


A safra de inverno ou terceira safra vem sendo assinalada por bom desempenho econômico, em decorrência de melhores preços, portanto, foi a que mais cresceu em área, em média 18%, absorvendo parte das áreas da safra das águas e da seca, as quais tiveram decréscimo de 10% e 14% respectivamente.



Pontos críticos da bataticultura
Embora a bataticultura esteja inserida no contexto da modernização, a atividade por vezes, não tem trazido o retorno econômico esperado pelo produtor, por vários motivos, dentre os quais cita-se:


– Concentração da quantidade ofertada: estima-se que 53% da quantidade ofertada no mercado interno, concentra-se de dezembro a fevereiro;


– Quantidade ofertada superior à quantidade demandada: redução no consumo de batata, em dez anos a produção cresceu 9% ao mesmo tempo que o consumo caiu 8%;


– Consumo regionalizado: o consumo per capita na Região Sudeste está estimado em 13 kg enquanto que, na Região Nordeste, situa-se em 5,5 kg;


– Produto perecível: requer comercialização rápida, estreitando a sazonalidade;


– Desorganização setorial: as entidades de classe atuam de forma independente, fragilizando o processo de comercialização e representatividade;


– Padronização do produto: heterogeneidade na classificação bem como resistência dos segmentos varejistas na adoção de novas estratégias de comercialização.



Prognóstico da safra de inverno:
Na tentativa de dimensionar o volume de batata a ser ofertado no mercado interno, no período de agosto a dezembro, consultou-se de forma subjetiva as Associações Regionais de Bataticultores a respeito das áreas a serem colhidas nos próximos meses, tendo como resultado o quadro abaixo a esquerda:


Prognóstico da safra das águas 2001/2001
De forma similar pesquisou-se a intenção de plantio para a próxima safra das águas, obtendo-se como resultado preliminar o crescimento de 8,3% em relação a área cultivada na safra do ano passado. As maiores variações são observadas nos Estados de Minas Gerais e São Paulo.


Há uma certa preocupação em relação à expectativa de aumento desta safra. Devido à sua magnitude é uma safra bastante sensível à variação de preços, ou seja, qualquer elevação na quantidade ofertada os preços podem desabar significativamente. Sirva de exemplo a safra 1999/2000, quando os preços chegaram a atingir R$5,00 a saca, inviabilizando até mesmo os gastos com colheita. O bataticultor deve ponderar os riscos de aumentar a área, lembrando que o lucro obtido com a atividade agrícola muitas vezes não está na quantidade obtida, mas, no preço que o mercado está disposto a pagar.


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