Exportar é o que importa

O agronegócio vem sendo responsável pelo saldo positivo da balança comercial brasileira, compensando o saldo negativo de outros segmentos: industria e serviços.
Este resultado positivo é fruto da superação de inúmeras cadeias produtivas que enfrentam um ambiente totalmente adverso: subsídios nos países desenvolvidos, elevadíssima carga tributária, legislações desfavoráveis e ausência de uma política governamental moderna.
O resultado poderia ser mais positivo ainda se não houvesse barreiras internacionais de diversos tipos, assim como o apoio mínimo de nossos governantes para alguns produtos que o Brasil importa, apesar de ser auto-suficiente.
As barreiras se justificam quando o objetivo é defender a sociedade local, envolvida na produção e não se justifica quando é para defender os interesses de algumas pessoas e/ ou empresas.
A falta de apoio do governo brasileiro para algumas culturas como alho, cebola, batata, tomate, trigo e algumas outras, proporciona oportunidades para diversos segmentos de países desenvolvidos dominarem cada vez mais o mercado brasileiro.
No caso específico da batata, a abertura de nossas fronteiras criou grandes oportunidades, principalmente para grandes empresas de fast-food e varejo, além da introdução de novos patógenos na cultura.
As importações, principalmente de batata processada na forma de palitos – congelados, ultrapassam 100 mil toneladas e beneficia a indústria e as redes de fast-food.
Não adianta argumentar que gera empregos na cidade, pois gera muito mais desemprego no campo. O valor gasto anualmente com as importações, que substituem mais de 10.000 ha de produção é o dobro do custo para construir uma industria nacional capaz de abastecer 100% ou mais do mercado brasileiro.
O crescimento das grandes redes varejistas com suas próprias centrais de abastecimento vem causando a decadência rápida dos Ceasas, onde milhares de famílias conseguiam seu sustento. Os produtores brigam entre si para ver quem vende mais barato, muitas vezes vendem abaixo do custo de produção.
A cada dois ou três anos aterrisa uma nova praga em nossas áreas de plantio, que colaboram para elevar nossos custos e reduzir nossa produtividade. O grande número de entradas (portos, aeroportos, fronteira seca) constitui uma constante ameaça ao setor produtivo.
A consequência desta “evolução” cria uma conjuntura de decadência generalizada dos segmentos nacionais da Cadeia Brasileira da Batata e um “paraíso” para as empresas estrangeiras.
Se tudo vier pronto, não precisamos mais de ensino, pesquisa, insumos, máquinas, embalagens, combustíveis, distribuidoras, transporte…basta sermos consumidores.
Então, porque temos sempre que ouvir que exportar é o que importa, se o nosso próprio mercado é o destino de n ossa produção.
Se o destino dos segmentos nacionais é desaparecer, que tal começar e estudar alternativas para criar opções às centenas de milhares de brasileiros que dependem desta cadeia. Por favor, não me digam que poderei ser atendente de fast-food ou caixa de supermercado… Não precisamos importar batata, somos auto-suficiente, basta colaborar.


BATATA BRASILEIRA DEFENDA ESTA IDÉIA

VEJA TAMBÉM

Eventos – FruitLogistica 2008

Paulo Popp rppopp@netpar.com.br Evento é grande oportunidade de interação cultural da cadeia produtiva Participantes da Fruitlogistica 2008: Verni Wehrmann, Rafael Corsino,Sandro Bley e Paulo Popp Pela primeira vez tivemos a oportunidade de visitar a...

LER

Seção Especial 100 Anos de Imigração Japonesa – História de um pioneiro

Produção de batata no sudoeste de São PauloAntonio Kaitro Warikoda filho de Tasaenon Warikoda e Sue  Warikoda, natural de Aira Gun – Fukushima Mura da província de Kakoshima Ken. Nascido em 19 de agosto...

LER

Globo Rural – Documentário Batata

PARA LER A REVISTA BATATA SHOW EDIÇÃO 41, ACESSE O ARQUIVO PDF: http://www.abbabatatabrasileira.com.br/images/pdf/rbs_41.pdf

LER

Cultura da Batata na EPAGRI em Santa Catarina

Zilmar da Silva Souza – Estação Experimental de São Joaquim C. P. 81, 88600-000, São Joaquim/SC – (49) 33-0324. zilmar@epagri.rct-sc.br Antônio Carlos Ferreira da Silva – Estação Experimental de Urussanga C. P. 49, 88840-000,...

LER