Engº Agrº João Batista Vivarelli
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Diretor técnico de Divisão do Escritório de Desenv. Rural de S. João da Boa Vista
R. Teófilo de Andrade, 1060 – São João da Boa Vista – SP – 13870-970
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Este pequeno município com, aproximadamente, 12.500 habitantes, situado no nordeste do Estado de São Paulo, cravado ao pé da Serra da Mantiqueira, na divisa com o Estado de Minas Gerais, que tem altitude média de 1.100 m e clima ameno, teve sua origem por volta de 1850, com um pequeno rancho à margem do Rio do Peixe, onde os tropeiros, vindos de Caconde, rumo à Casa Branca, paravam para descansar e pernoitar.
A história nos conta que houve um pequeno incêndio que “sapecou” o rancho e as plantações que o circundavam. Os tropeiros construíram um novo rancho, passando o local a ser conhecido como o “Pouso do Sapecado”. A devoção religiosa batizou esta terra com o nome de Divino e o rio que lhe era vida foi chamado de Espírito Santo do Rio do Peixe. A capela em louvor ao Santo foi edificada em 1858 em terras doadas pelo major Thomas de Andrade e sua esposa Maria Leopoldina, com a presença do bispo Sebastião Pinto do Rego. Em abril de 1865, os fazendeiros rio-pardenses se reuniram para arrecadar fundos para construir uma outra capela, que seria a semente de uma nova vila, doando 12 alqueires de terras à igreja. Um mês antes desse acontecimento, em 25 de março, a Capela Curada do Divino Espírito Santo do Rio do Peixe foi elevada à freguesia. No ano de 1938, a freguesia do Divino Espírito Santo do Rio do Peixe passou a denominar-se “Sapecado”. Em 30 de dezembro de 1953, Sapecado foi elevado à categoria de município, com o nome de Divinolândia.
Divinolândia possui uma área territorial de 246 km², tendo a agricultura como principal fonte econômica, sendo a cultura da batata a mais importante exploração agrícola. A cultura da batata foi introduzida no município pelos imigrantes espanhóis e italianos na década de 30 e, devido às boas características do solo e clima, adaptou-se muito bem e até nos dias de hoje ainda se planta batata nas terras desbravadas pelos imigrantes que aqui chegavam à procura de melhores condições de vida. No início, a cultura era plantada em áreas de terras virgens, cobertas por matas que eram desbravadas a poder de machado e o solo preparado com enxadão, arado de boi ou burro, as condições das tecnologias da época. Assim, a cultura foi se solidificando ao longo dos anos, atravessando crises econômicas, problemas com surgimento de pragas e doenças, adversidades climáticas e muitos outros fatores.
Desde a introdução da cultura da batata no município de Divinolândia, muito se mudou e não é para menos, pois são aproximadamente 70 anos da atividade; muitas crises, mas como se diz o velho ditado que “sempre depois de uma tempestade vem à calmaria”, assim acontece em nosso município, crises vêm e vão e a cultura da batata ainda é a principal atividade econômica e geradora de empregos.
A cultura da batata é cultivada praticamente durante o ano inteiro por pequenos e médios produtores, que plantam em áreas próprias ou arrendadas, no sistema de rotação. Todas as lavouras são irrigadas, quando necessário, por sistema convencional de aspersão. Atualmente, a cultura é plantada numa área de 1.450 ha ao longo do ano (o município já teve 3 mil ha explorados pela cultura, mas devido à topografia que limita a mecanização, tamanho das propriedades e outros fatores, houve uma sensível diminuição da área de plantio). Muitos produtores ainda residem na cidade, mas cultivam em outros municípios ou regiões. O município conta com uma boa infra-estrutura para produção da cultura da batata, como: revenda de insumos, máquinas de benefício, câmaras frigoríficas, assistência técnica agronômica e agentes financeiros.
Muitas cultivares de batata já foram plantadas no município, em contatos com produtores mais antigos. Estes denominavam como batata alemã e holandesa, provavelmente devido às sementes vindas destes países europeus. Mas quando vim trabalhar na cidade como engenheiro agrônomo pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, conheci algumas variedades como: Delta, Omega, Baraka, Achat, Diamant, Elvira, Radosa, Spunta e outras. Atualmente, a principal cultivar explorada é a Monalisa. Outras cultivares estão sendo introduzidas: Ãgata e Cupido. Os produtores disseram dos problemas encontrados na produção como: controle de pragas e doenças, comercialização, custo de produção, crédito, adversidades climáticas, alto custo de máquinas, implementos, insumos, energia, combustíveis e outros.
O município de Divinolândia foi um importante produtor de batata-semente no Estado, a qual era comercializada para diversas regiões, mas, atualmente, a batata consumo predomina na atividade.
Devido à tradição da cultura da batata e sua importância para o município, Divinolândia é conhecida como a “Capital da Batata”.
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