Visita Técnica – Dakota do Norte e Minnessota

Eng. Agrônomo José Marcos Bernardi – batata@solanex.com.br – 19 3623.2425


Neste ano, o Conselho de Produtores de Batata dos Estados Unidos USPB patrocinou mais uma viagem técnica para os Estados Unidos. Na última semana de julho, como já faz há quatro anos, foi a vez dos convidados brasileiros viajarem, primeiramente, para o Colorado e depois para Dakota do Norte e Minnesota. O início do tour técnico se deu com um Seminário Internacional de Batata- Semente, realizado em Denver, no Brown Palace Hotel, com a presença de delegações internacionais como Venezuela, Honduras e Republica Dominicana, além da Brasileira. A abertura foi feita por Leah Cochran e John Toaspern, responsáveis pelo United States Potato Board, e logo após o Senhor Bud Middaugh da Fundação Nacional da Batata USA, anunciou o Congresso Mundial da Batata que será realizado em Boise, Idaho no ano que vem.


A palestra sobre Certificação de Batata-Semente nos Estados Unidos, Europa e Canadá foi proferida pelo Dr. Willem Schrage, da Secretaria da Agricultura de Minnesota, que, brilhantemente, explanou os principais e importantes fatores a se considerar com o Sistema de Produção de Sementes de sua região.
De Denver CO , cruzamos os Estados Unidos até alcançar o Aeroporto de St Paul/ Minneapolis e de lá para Grand Forks, na Dakota do Norte tudo de perto acompanhado por Ed Missiaen consultor do USPB que fala Português fluentemente. Antes de sairmos a campo, visitamos o escritório de Certificação em East Grand Forks, dirigido pelo brilhante técnico Willem Schrage, americano de origem holandesa, já trabalhou e viveu por vários anos no Canadá e, atualmente, trabalha nos Estados Unidos, que nos mostrou o trabalho de sua equipe de inspetores de Certificação bem como as classes de sementes e os índices de tolerância de cada uma.


Mais uma vez, a surpreendente e excelente localização dos dois estados, propiciam favoráveis e adequadas condições para o cultivo da batataconsumo e batata-semente. Na divisa com o Canadá, que apenas o Rainy River (Rio Chuvoso) estabelecia a fronteira com o território canadense, mais precisamente com a província de Ontario, região onde o inverno chega a marcar temperaturas de 22 graus negativos, o que definitivamente quase que elimina qualquer chance de sobrevivência de patógenos em tubérculos muito menos no solo. A organização dos produtores é um exemplo para nós em vários sentidos: primeiro que, ao contrário do Brasil, em vez da concorrência e troca de acusações, os estados se uniram para fazer uma única Associação e defender os interesses de ambos. Criaram a Associação de Bataticultores dos Campos Nortenhos, responsável em defender os interesses dos produtores dos dois estados.
Como na maioria dos estados produtores de sementes, um estreito relacionamento com o governo e as universidades é mantido e, desta forma, se estabelece um modelo que envolve muitos profissionais capacitados para definir as melhores variedades, pois as universidades também estabelecem um programa de atendimento ao que a população também deseja.


Em Fargo, visitamos o Departamento Estadual de Sementes de Dakota do Norte, onde encontramos a Dra. Susie Thompson e com uma pesquisadora brasileira, Mila Romanelli, que sob orientação da Dra. Susie, colabora na obtenção das variedades desenvolvidas e criadas por ela.


Os produtores recebem estes materiais desenvolvidos pelos centros de pesquisas e iniciam a multiplicação das mesmas, que, quando o mercado (de produtores que irão plantar para consumo) procurar, estas já estarão disponíveis de imediato para serem plantadas.


Coisa que no caso brasileiro houve um retrocesso muito grande depois da IN 05, já revogada, que, por sua vez, revogava a resolução da Comissão Técnica de Batata Semente, de 15 de Agosto de 1996, que permitia a importação de até 60 caixas por cultivar e por produtor, de cultivares ainda não recomendados. A explicação mais plausível para isto é que com os ensaios de VCU, não havia mais necessidade de se permitir tal procedimento. Mas está claro que qualquer bom produtor quer e deseja poder acompanhar o desempenho de tais cultivares em uma área de no mínimo 01 hectare. Daí, as 60 caixas. Se nenhum material entra sem que o MAPA saiba onde ele está, não há porque se proibir, se fizer quarentena, identificando onde se encontra os campos.


Em segundo lugar, o marketing que desenvolvem e a necessidade de chegarem com uma novidade e na frente dos demais participantes do conselho Americano, mostranos porque e como deveria ser tratado a indústria de batata-semente aqui no Brasil.


Quanto às variedades, foram intencionalmente dirigidas às visitas aos campos, pois tínhamos em mente a orientação dos brasileiros para os seguintes aspectos: o de ver as novidades em variedades para chips, pois estamos na dependência de pouquíssimas variedades aqui no Brasil como foi o caso da visita à propriedade de Jerry Larson para ver os campos de Dakota Pearl. E depois, para se abrir os olhos para um leque bastante amplo de variedades com outras características, dando, desta forma, outras preferências para o consumidor, que a nosso ver é uma das soluções para alavancar o mercado do consumo hoje muito concentrado. Também intencionalmente, foram as opções das variedades de pele vermelha por eles oferecidas ao mercado.


Ivar Guadagnin, Marcos Bernardi, Ed Missiaen, Tadashi Takaku, Alair Rezende. Foto: Tadashi Takaku

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