Adubação com hora marcada














Da esquerda para a direita:
Antonio Roque Dechen, Magnus Deon
e Quirino Augusto de
Camargo

Antonio Roque Dechen
Professor Titular –
ardechen@esalq.usp.br
Magnus Dall’igna Deon
Pós-Graduando –
deon@esalq.usp.br
Quirino Augusto de Camargo Carmello
Professor Titular –
qaccarme@esalq.usp.br
Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz,
Departamento de Ciência do Solo.
CP 9, CEP: 13418-900 –
Piracicaba/SP
Fone: (19) 3429.4170 – Fax: (19)
3434.7947

Uma adubação eficiente deve levar em conta a época em que a planta mais
necessita de cada nutriente. Para a cultura da batata, diversos autores já
investigaram essa característica, indicando que a absorção da maioria dos
nutrientes segue uma curva quase linear a partir dos 20 dias após o plantio.
Durante a primeira fase de desenvolvimento da planta (estágio I), ocorre a
emergência da haste, há predominantemente o consumo dos nutrientes armazenados
na batata-semente e são formadas as primeiras raízes que vão explorar o solo em
busca dos nutrientes para as fases seguintes.



Na fase de desenvolvimento vegetativo (estágio II), raízes, caule e
principalmente folhas são formadas, acumulando nutrientes. Com a formação dos
tubérculos (estágio III), estes passam a ser o destino principal dos nutrientes
absorvidos e ocorre a translocação das outras partes da planta para eles
(estágios IV e V). A partir do meio do ciclo, aproximadamente aos 60 dias, a
planta já está em pleno processo de crescimento dos tubérculos (estágio IV), e
os nutrientes absorvidos são usados predominantemente essa função. Efetivamente,
muito pouco é absorvido do solo no estágio V, o crescimento e a maturação dos
tubérculos se completa com o esgotamento dos nutrientes da planta toda na
senescência.
Assim, quase que a totalidade dos nutrientes absorvidos pela
plantação é exportada. O cálcio é a grande exceção, pois o acúmulo maior se dá
nas folhas, não sendo redistribuído dentro da planta. Apenas pouco mais de 10%
do Ca absorvido é exportado. A amostragem das folhas para análise acontece na
época de maior teor de nutrientes nas folhas, aos 30 dias. Após isso, os teores
foliares reduzem levemente, mas o crescimento contínuo da planta e da produção
garante uma demanda para os nutrientes absorvidos pela raiz. Após 50 dias, a
taxa de acúmulo de nutrientes nas folhas diminui, o pico de acúmulo de
nutrientes nas folhas ocorre aos 70 dias, e a partir daí predominam a reabsorção
e a translocação para os tubérculos.



De maneira geral, o solo pode armazenar os nutrientes aplicados no plantio e
disponibiliza-los conforme a necessidade da planta. A exceção é o nitrogênio.
Pela sua dinâmica no solo, é importante o parcelamento da adubação nitrogenada.
Se todo o nitrogênio for aplicado no plantio, o excessivo vigor vegetativo
inicial poderá atrasar o início da tuberização, resultando em um menor período
de crescimento dos tubérculos. Além disso, a lixiviação se encarregará de levar
para longe o nutriente quando a planta estiver formando a produção. Por essa
razão, a adubação nitrogenada deve ser dividida em pelo menos duas aplicações,
no plantio, e na fase de tuberização (estágio III). Se houver facilidade de
parcelamento da adubação, é aconselhável aplicar-se doses menores no plantio, e
a maior parte do N distribuído entre as fases de tuberização e crescimento dos
tubérculos. Nessa situação, outros nutrientes lixiviáveis, como potássio e
enxofre podem ser aplicados também em cobertura. Adubos como sulfato de potássio
e sulfato de amônio são fontes de enxofre junto com K e N, respectivamente. Além
desses, o produtor deve ter em mente outros fatores que norteiam a adubação,
como: variedade, condições climáticas, características do solo, qualidade de
batatas sementes e eficiência da aplicação.

 

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