A hora da virada

A cultura brasileira sempre se caracterizou por sua heterogeneidade e particularidades inerentes a forte mistura de raças que compõe nosso povo. Quando observamos as peculiaridades regionais como vocabulário, vestimenta, hábito alimentar, biotipo entre outras, podemos afirmar que existem vários “Brasis” dentro do nosso país.


Inserida nesta profusão de raças, cores e crenças se sobressai um sentimento comum a todos, o de “brasilidade”. Apesar das controvérsias que muito se fala sobre a falta de patriotismo do brasileiro cada dia mais fica evidente que mesmo com todas as dificuldades a sociedade brasileira sempre atende com presteza as demandas do país e nesse contexto se destaca o setor rural.


O advento do plano real impôs uma dura responsabilidade ao campo, a de ser a âncora, a sustentação de um plano audacioso cujo sucesso dependia do superávit agrícola. Mesmo atravessando turbulências a era FHC trouxe a tão sonhada estabilidade econômica que de tempos em tempos é posta à prova como neste momento crítico que atravessa o Mercosul.


O agricultor brasileiro sempre demonstrou vontade e raça quando chamado, porém não devemos ser ingênuos e achar que vamos continuar a transpor os obstáculos que estão por vir, no osso do peito.
A globalização é um caminho sem volta, as desigualdades comerciais, tecnológicas, o poder econômico e os subsídios serão os grandes desafios à frente.


O setor agrícola só tem um caminho para seguir crescendo, a união. A perenidade do agricultor estará proporcionalmente relacionada a abertura de sua mente, quanto mais isolado menor sua chance de sobreviver em uma época que a velocidade das informações transcende o tempo.
Sempre com isto em mente estivemos envolvidos em associações e grupos de representação de classe. No início dos anos 90 quando criamos a ABRABA em um congresso ocorrido em Araucária – PR acreditávamos que se iniciava um ciclo virtuoso da representação da classe batatícola, pois iniciávamos as negociações do Mercosul, câmara setorial da batata, comissão técnica de batata semente, etc. Triste foi constatar que havíamos nos enganado, pois o entusiasmo inicial não passou de fogo na palha. Hoje com mais de dez anos de estrada e depois de várias reformulações chegamos próximo à maturidade em nossa associação.


A maturidade do trabalho em grupo finalmente está se difundindo entre os produtores e a prova disto é a magnitude deste congresso.A representação política e a parceria consolidada com os elos provedores da cadeia produtiva demonstram a confiança de todos na ABBA. Para encerrar gostaria de agradecer profundamente os poucos companheiros que sempre estiveram presentes despojados de interesses pessoais e determinados a colocar a bataticultura nacional no seu merecido lugar.
Um grande abraço e bom congresso.



Marcelo Balerini de Carvalho

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