ANDREU, Mario Alejandro. Licenciado em Genética (U.Na.M./Misiones/Argentina). Mestre em Genética e Melhoramento de plantas. (DBI/UFLA/MG). Programa de Melhoramento Genético da Batata. marioandreu@ig.com.br
O processamento da batata é tão antigo como o seu consumo in natura. Estudos arqueológicos demonstraram que a maior parte dos povos nativos das montanhas do Peru já processavam o tubérculo desde o século II d.C. Este tipo de preparação facilitava o transporte e a conservação dos tubérculos, alimento básico e principal fonte de sobrevivência dos povos indígenas. Após a sua introdução na Europa, o processamento da batata foi “redescoberto”, em especial, na forma de fritura, modalidade que se expandiu para o mundo todo, principalmente para a América do Norte, onde adquiriu grande importância. Já na segunda metade do século XX, os EUA destinavam cerca de 46% de sua produção total de batata para o processamento, sendo que grande parte da batata comercializada in natura também era consumida na forma de fritura.
A tendência mundial do mercado da batata na última metade do século passado foi a redução do consumo do tubérculo in natura e o aumento do consumo da batata na forma de fritura, uma vez que a batata minimamente processada detém os atributos de conveniência e de qualidade das batatas frescas. O propósito do seu fornecimento é o de disponibilizar um produto que não requeira nenhuma preparação posterior por parte do consumidor no que se refere à seleção, limpeza, lavagem, escascamento e corte. Outra grande vantagem desses produtos é a redução praticamente total dos desperdícios.
A globalização da economia tem levado à homogeneização de consumo de alguns produtos, como a comida ápida, para a qual a batata é um dos produtos mais aptos. Nos últimos 30 a 40 anos, a industrialização da batata vem aumentando em todas as partes do mundo, principalmente com os produtos “chips” e batata pré-frita congelada, seja pela disponibilidade do produto ao consumo imediato ou pela facilidade e rapidez no preparo final, respectivamente. Ressalta-se, também, o fator custo, visto que a indústria pode oferecer o produto a preços baixos por adquirir grandes volumes, estar perto do centro dos produtores, ter o produto disponível quando o mercado do produto in natura estiver com preços altos e possibilitar o aproveitamento de subprodutos de processamento.
No Brasil, o consumo da batata é quase exclusivamente na forma in natura, exceto uma pequena quantidade que é de alguma forma processada. Atualmente, existe uma diminuição no consumo da batata fresca, devido, principalmente, às dificuldades no armazenamento doméstico, descascamento, fritura ou cozimento. Assim, o Brasil possui um mercado consumidor potencial para a batata processada industrialmente na forma de fritura, mas, para atender a essa demanda, são necessários cultivares que satisfaçam a alguns padrões de qualidade.
Essas cultivares devem possuir componentes de qualidade interna muito importantes que fazem a boa culinária, como altos teores de matéria seca e baixas concentrações de açúcares redutores, além de apresentar componentes de qualidade externa, como olhos pouco profundos, tamanho e formato adequados para cada finalidade. São poucas as cultivares nacionais e estrangeiras que possuem as características anteriormente mencionadas, requeridas para atender ao crescente uso industrial. Devido ao constante crescimento e a demanda cada vez maior por parte da indústria, de cultivares de batata que atendam aos requerimentos de qualidade culinária para o processamento, a maioria dos programas de melhoramento de batata do mundo tem voltado seus trabalhos de pesquisa para aumentar os progressos genéticos obtidos com a seleção de novos materiais aptos para a indústria Por este motivo, o programa de melhoramento da batata da UFLA visa à criação de cultivares com maior produtividade, rusticidade e, principalmente, melhor qualidade.
Exemplo de uma corrida de RAPD, técnica molecular desenhada para estabelecer polimorfismos genéticos para alguma característica (neste caso matéria seca) entre diferentes genótipos ou classes de batatas. O primer Q-05 foi bastante polimórfico entre os diferentes genótipos de batata (neste caso 24) testados enquanto a sua qualidade para indústria e usado para estabelecer a qualidade das batatas com potencial industrial. Crédito: Mario A. Andreu
Através de pesquisas realizadas nos anos 2002 – 2004 pelo mestrando Mario Alejandro Andreu, doutorandos Gustavo André Simon e Eduardo de Souza Lambert no programa de melhoramento genético da batata a cargo do Ph D. César A. B. Pereira Pinto, conseguiu-se avaliar e selecionar clones de batata tanto para características agronômicas como de processamento e identificar, através da obtenção várias marcas moleculares e bioquímicas associadas à melhor qualidade de processamento de diferentes genótipos de batata. Este é o primeiro passo na determinação molecular da qualidade de processamento, restando o desafio da obtenção de novas marcas e a comprovação com materiais clonais ou cultivares obtidos em campo e de qualidade desconhecida, da efetividade dos marcadores selecionados nesta pesquisa para auxiliar aos melhoristas em futuras seleções assistidas por marcadores.
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