Cobrança de antidumping do alho chinês é uma das medidas para retomar a produção nacional
A cultura do alho no Brasil passa por um momento decisivo na sua história. Com a renovação do direito antidumping do alho chinês, a qual foi conseguida graças ao empenho da Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA), liderados pelo então presidente Jorge Kiryu, outros desafios e objetivos raiaram no horizonte.
A nova diretoria da ANAPA, formada pelo presidente Rafael Jorge Corsino (DF), vice-presidente Olir Schiavenin (RS), presidente de honra Marco Antonio Lucini (SC), diretor financeiro Marcio Braga Resende (GO), secretário – Renato Mendes Coelho de Oliveira (MG), terá que focar seus objetivos em três principais pontos: a) na garantia da eficácia do direito antidumping sobre o alho chinês; b) na busca de medidas para regulamentar a entrada do alho argentino no Brasil; c) no fortalecimento da produção nacional, primando pela qualidade do produto.
O comprometimento com essas três medidas determinará o futuro de toda classe produtora de alho. Isto porque o mercado interno, desde a década de 80, vem perdendo espaço para o produto importado. Segundo dados da EPAGRI, o alho nacional representava 90% do consumo aparente em 1987, sendo que após um longo período de declínio, chegou a 30% em 2007. Esse dado reflete bem a razão da diminuição considerável da área de plantio e a redução de mais de 30 mil empregos diretos.
Em verdade, o cenário atual se deve a abertura de mercado, sem levar em considerações as peculiaridades da cultura como: geração de empregos, carga tributária infinitamente superior a dos nossos concorrentes, concorrência desleal, importação de alhos de baixa qualidade etc.
Lavoura de alho Chonan
Somente com o combate direto as importações de alho da China e da Argentina, e programas de incentivo a produção nacional, é que conseguiremos manter certa estabilidade, para depois alcançarmos o progresso.
Com isso, para a retomada da produção nacional e a preservação da classe produtora, mostra-se imprescindível a implementação de algumas medidas urgentes como a cobrança efetiva da taxa antidumping do alho Chinês.
Segundo dados do DECOM, em média, somente 23,32% do valor que deveria ser recolhido a título de taxa de antidumping foram pagos pelos importadores no período relativo de outubro/ 2001 a setembro/2006. Em outras palavras, mais de 75% do alho importado da China ingressou livremente no Brasil sem que o antidumping fosse recolhido.
Rafael Jorge Corsino em uma lavoura de alho
Isso demonstra que o antidumping pode ser ineficaz caso não haja uma fiscalização por parte da ANAPA e uma atuação sem concessões da União e do Judiciário. Assim, é dever da ANAPA fazer com que a Resolução 52/2007, que renovou o antidumping incidente sobre o alho oriundo da República Popular da China com alíquota de US$ 0,52/kg (cinquenta e dois centavos de dólar por quilograma), seja eficaz.
Em relação ao alho argentino, cumpre mencionar que no período de novembro de 2006 a outubro de 2007 este produto representou cerca de 40% do consumo aparente no Brasil. Tal fato fez com que, segundo a EPAGRI, fossem gerados 24 mil empregos diretos na Argentina.
A importação do alho argentino vem crescendo de modo alarmante, no entanto, uma grande parte dos alhos não se enquadram nas normas de classificação e embalagens contidas no Decreto n. 3664/2004, editado pelo Ministério da Agricultura.
Verifica-se a necessidade de se buscar formas de controle e regulamentação da entrada do alho argentino no Brasil, sob pena do mercado interno ficar refém do produto importado.
Cabe a nova diretoria da ANAPA incentivar a produção nacional, pois o alho, além de uma ótima alternativa de renda para o produtor rural, é um grande gerador de empregos. O incentivo à produção nacional deve vir aliado com uma política de qualidade sobre o produto, visando uma concorrência menos desleal.
Acreditamos que com essas medidas, aliadas a outras conexas e convergentes, a perspectiva da cultura do alho é promissora, pois aumentaríamos a área plantada, com consequente fortalecimento do mercado interno e a geração de novos empregos para o Brasil.
Jorge Kiryu e Rafael Jorge Corsino
Rafael Jorge Corsino
Presidente ANAPA
rafael.corsino@wehrmann.com.br
Paulo César Tavares de Melo¹; Newton do Prado Granja²; Hilario da Silva Miranda Filho²; Armando Cesar Sugawara¹,3; Ricardo Ferraz de Oliveira¹. ¹USP-ESALQ, Departamento de Produção Vegetal, CP 09, 13418-900, Piracicaba, SP, pctmelo@esalq.usp.br ²IAC-APTA,...
Professor Eduardo Luís Tanureetanure@alfenas.psi.breduardo.tanure@unifenas.brMestre em Ciências AmbientaisEspecialista em Poluição de ÃguasCoordenador do Laboratório de Pesquisas Ambientais de Recursos HídricosCoordenador do Projeto FurnasCoordenador de Abastecimento de Ãgua no Diagnóstico das Condições de Saneamento dos Municípios...
Alexandre Andreatta tatasem@uol.com.br Representante Exclusivo no Brasil de HZPC Holland BV, empresa líder mundial em sementes de batata. Viajando pelo Brasil, visitando produtores nas mais diversas regiões, do Rio Grande do Sul à Bahia,...
Foi realizado nos dias 29 e 30 de novembro de 2005 o III Seminário Brasileiro da Batata, na cidade de Itapetininga/SP. O evento contou com um público de aproximadamente 400 pessoas. O objetivo foi...