Cartas

Gostaria de parabenizá-los pela esclarecedora reportagem sobre proteção de cultivares, abordando também a batata semente, publicada na revista batata show nº5 de setembro 2002. Também em setembro, na revista frutas e legumes (ANO II nº16), há a reportagem sobre multiplicação de brotos de batata semente importada, promovida pelo Dr. Caram, pesquisador do IAC, cujo projeto tem o apoio do SEBRAE – agricultura familiar.
Na sua reportagem, há a observação sobre a vergonha que um cientista pode sofrer por uma batida policial, em caso de multiplicação de variedades rotegidas.
Também há a afirmação de que no Brasil não há nenhum grupo ou produtor brasileiro autorizado a produzir mini-tubérculos de variedades protegidas.
Gostaria de colocar a nossa decepção sobre a falta de integração e coerência de recursos, assim como de nossa política agrícola frágil no que diz respeito à cadeia da bataticultura.O nosso próprio governo investiu na formação de RH, para que tivéssemos competitividade em todos os segmentos, inclusive melhoramento. Campos de pesquisa, estratégicos, e não menos importante, como teste ELISA e micropropagação colabora para se obter um valor agregado a uma boa variedade. Proclone investiu em processos pioneiros de esterilização a plasma e outro equipamento de automação para meio de cultura em potes plásticos com produção media por hora de 600 potes plásticos para 25 plântulas cada pote (descartáveis e facilitam entrega a produtos) Este investimento veio com projeto PIPE da FAPESP onde recebemos mais de R$ 300.000,00 em fundo perdido.
Mais outros tantos projetos do CNPq com investimentos que já somam mais de R$ 800.000,00. O que é contraditório em sua reportagem é o seguinte: se no Brasil não somos autorizados a propagar variedades protegidas (muitas vezes coincide com o que o mercado mais quer) e sendo a estratégia da HZPC e outros de que fiquemos eternamente dependentes desta importação (somos dependentes desta tecnologia como você coloca na reportagem) com valores inviáveis para nosso país, deixando de criar empregos e riquezas para nosso país, tenho o seguinte a colocar…
Porque o Brasil permitiu tal dependência e porque os cientistas e produtores se reúnem anualmente em simpósios e congressos com o lema: “batata brasileira, defenda esta idéia” ?.


Monique Inês Segeren – Rua dos Girassóis, 70 Holambra – SP (19) 3802-1787 www.proclone.com.br proclone@proclone.com.br


“Cara Monique”,
obrigado pela carta, pelos elogios à matéria sobre “Proteção de Cultivares” publicada na revista Batata Show e principalmente por seu interesse em discutir este assunto tão difícil e polêmico. Você coloca pontos realmente importantes, mas como temos pouco espaço vou tratar bem resumidamente apenas da questão do licenciamento de variedades protegidas para a produção local de mini-tubérculos. Você diz em sua carta que “não somos autorizados (a produzir aqui) então dependemos eternamente da importação de sementes com valores inviáveis ao nosso país….”.
Ora, Monique, só pode obter uma “autorização” para o que quer que seja alguém que a solicite e cumpra os requisitos exigidos pelo “autorizador”. Nem a Proclone nem qualquer outra empresa brasileira produtora de mini-tubérculos jamais sequer perguntou às empresas proprietárias quais eram as condições para o licenciamento de variedades protegidas. Assim, não se pode dizer que são os proprietários das variedades que não querem autorizar a produção local, certo ?
Quanto a “depender eternamente da importação de sementes”, conforme minha exposição no Simpósio de Piracicaba há dois fatores a considerar:
1- Clima: nosso clima tropical, com predominâncias de temperatura elevada, facilita a disseminação de vírus, fungos e bactérias e, consequentemente, dificulta a produção de sementes básicas de alta qualidade. Note que digo “dificulta” e não que impede, mas é claramente um fator limitante que não temos como controlar;
2- Tecnologia: o trabalho de pesquisa e obtenção de variedades próprias de batata no Brasil é realizado apenas e exclusivamente pelo setor público, com odas as suas limitações de verbas dos últimos anos. Nosso setor privado não participa de nenhuma maneira até este momento de esforço de desenvolvimento tecnológico. Mesmo iniciando agora uma forte parceria entre os setores público e privado da cadeia da batata, os primeiros resultados estariam aparecendo apenas dentro de no mínimo dez anos. Neste contexto, como deixar de depender das importações ?
De qualquer maneira, há muitos outros aspectos e variáveis a serem levados em conta e, caso seja de interesse dos editores da “Batata Show” poderemos voltar a este tema e desenvolvê-lo mais longamente, inclusive uma boa idéia seria promover algum tipo de debate como este.


Respeitosamente,
Alexandre Andreatta -Representante no Brasil de HZPC Holland BV.

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