Mais um aliado ao produtor no combate à traça-da-batata
Gilberto Ramos Domingues grdoming@esalq.usp.br ESALQ/USP, Piracicaba José Roberto Postali Parra
jrpparra@esalq.usp.br ESALQ/USP, Piracicaba
A traça-da-batata, Phthorimaea operculella (Lepidoptera: Gelechiidae) (Zeller, 1873), é uma importante praga para várias culturas da família Solanaceae, como batata, tomate, berinjela, pimentão e pimenta.
O adulto da traça-dabatata é uma mariposa com cerca de 12 mm de envergadura, de coloração acinzentada, com asas anteriores mais escuras do que as posteriores, e com manchas pretas irregulares. Apresenta hábito noturno, ficando durante o dia escondida sob as folhas baixas da planta. Seu ciclo é de aproximadamente 46 dias e cada fêmea coloca, em média, 200 ovos, podendo ser tanto nas folhas como sobre tubérculos expostos.
Adulto traça-da-batata
As lagartas medem de 10 a 12mm de comprimento. Elas possuem cabeça de coloração marrom e o corpo apresenta uma coloração branco-esverdeada no início, adquirindo uma coloração brancoamarelada ou brancoavermelhada no final do desenvolvimento. Os danos causados pelas lagartas podem afetar a parte aérea, por meio de galerias nas folhas, comumente denominadas de “minas”, podendo ainda causar lesões no caule e perfurar os tubérculos. Além de causar danos diretos pela diminuição da área foliar, morte das gemas de crescimento e depreciação na qualidade do tubérculo, pode também causar danos indiretos, uma vez que o orifício de penetração das lagartas pode favorecer a entrada de patógenos. Além de ocorrer em todas as fases da cultura no campo, a traçada- batata pode, como comentado, ainda prejudicar a batata nos armazéns. Esta praga é favorecida por condições de clima quente e ambiente seco.
A utilização indiscriminada de inseticidas vem proporcionando o desenvolvimento de populações resistentes a diversos inseticidas, além de causar desequilíbrios, ou até mesmo a eliminação da entomofauna benéfica, favorecendo também o aumento de populações de outras pragas como mosca branca, tripes e ácaros.
O controle biológico, aliado ou não ao controle químico, pode ser uma alternativa viável e eficiente para o controle da traça-da-batata. Existem vários inimigos naturais descritos para as traças da-batata e do tomateiro. Dentre os parasitíodes, destacam-se os de ovos do gênero Trichogramma que se constituem num dos grupos de inimigos naturais mais estudados e utilizados no mundo. Esses insetos são microimenópteros que parasitam exclusivamente ovos de insetos, principalmente os da ordem Lepidoptera, impedindo, desta forma, que a praga atinja a fase larval e, consequentemente, cause danos.
Trichogramma pretiosum é mundialmente utilizado no controle biológico de diversas pragas de várias culturas como milho, batata, e tomate.
No Brasil, vem sendo utilizado para controle da traça Tuta. absoluta, em cultura de tomateiro estaqueado, tendo sido liberado em grandes áreas comerciais. Em trabalhos realizados na ESALQ, constatou-se que o parasitóide T. pretiosum dá um controle de 87% em relação aos 42% obtidos pelo controle químico (lufenuron) para a traça-dotomateiro. Pouco, porém, foi feito em relação à utilização de Trichogramma no combate da traça-da-batata. Dirceu Pratissoli de Alegre (ES) estudou, em 1995, na ESALQ, a bioecologia de T. pretiosum em ovos de P. operculella, iniciando pesquisas básicas que mostraram a possibilidade da utilização deste parasitóide para o controle da praga. Para o controle da traça-da-batata, o parasitóide é liberado de forma inundativa, duas vezes por semana, assim que se verificar a presença de adultos da traçano campo, os quais podem indicar a presença de ovos na cultura. Em outros casos, pode ser feita a liberação quando a planta estiver pequena, com 20 a 30 dias. A liberação é feita manualmente, espalhando-se ovos parasitados ou adultos recém-emergidos do parasitóide ao longo da linha, a cada 3 ou 4 linhas, na proporção de 200.000 parasitóide por hectare. Esta operação deve ser feita em períodos secos, nas horas mais frescas do dia (início da manhã ou final da tarde).
Em estudo de campo realizado em 2005, em Paranapanema (SP), numa parceria ESALQ – ABBA, observou-se que o controle biológico foi mais eficiente (93% de controle) em relação ao controle convencional (88%). Estes resultados mostram o potencial do controle biológico da praga com parasitóides de ovos. Estudos adicionais deverão ser realizados para confirmar tais dados, bem como a definição de produtos seletivos, que não afetem o inimigo natural em campo. Vislumbra-se assim, um novo aliado biológico do agricultor para o controle da praga em campo, e que poderá ser levado para controlá-la também em armazéns.
Fotos: Crédito – Heraldo Negri de Oliveira
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