Eventos – FruitLogistica 2008





Paulo Popp
rppopp@netpar.com.br


Evento é grande oportunidade de interação cultural da cadeia produtiva



Participantes da Fruitlogistica 2008: Verni Wehrmann,
Rafael Corsino,Sandro Bley e Paulo Popp



Pela primeira vez tivemos a oportunidade de visitar a FruitLogistica 2008 e ficamos impressionados pela sua dimensão, qualidade e organização, certamente, superando qualquer outro evento sobre o tema. O mesmo sentimento foi compartilhado por muitas outras pessoas que também expuseram ou visitaram a feira. Estavam presentes todos os segmentos da cadeia HF vindos de todas as partes do mundo. É sem dúvidas uma experiência muito interessante e da qual se pode aprender muito. Para quem é do setor e tem pretensões de atuar no mercado externo, é um evento imperdível. Mesmo com uma taxa de câmbio desfavorável, a participação brasileira no setor HF
tem aumentado a cada ano. Da mesma forma tem crescido o interesse de compradores europeus na possibilidade de se abastecer no mercado brasileiro, hoje liderado pelas frutas tropicais. A manga, a maçã, o melão e o abacaxi brasileiros já são famosos no mercado e outros produtos devem ganhar este reconhecimento no futuro. Avançamos significativamente neste setor e temos grandes oportunidades decorrentes do calendário, clima e posição geográfica. Precisamos nos preparar para tal, pois mais do que nunca a capacidade de entender o mercado e ser competitivo deve ser colocada em prática. A visita à feira é um grande exercício.
Os maiores produtores europeus como a Espanha, França e Itália estiveram presentes em grande escala na FruitLogistica 2008. A Espanha ocupou uma enorme área, com pavilhões divididos entre cada região produtora, apresentando com muita eficiência todos os seus produtos. A estes se juntam os demais países, tradicionais no mercado, como a Grécia, Norte da Ãfrica e grandes produtores como China, Índia e Estados Unidos.


Foco no consumidor



Batata pré cozida: produto agrada o consumidor
que busca diversidade e praticidade




Do lado dos compradores destacam-se os holandeses, ingleses e alemães, que têm muito a dizer sobre os consumidores. O foco é no atendimento ao cliente exigente em apresentação, qualidade e segurança, e isto ficou bastante evidente ao se percorrer os corredores da FruitLogistica 2008 e nas conversas e encontros. É preciso conhecer bem o consumidor e ainda incentivá-lo a consumir mais frutas e verduras de diversas maneiras. Frutas e verduras ganham novas variedades, mudam de cor, apresentação, formato e sabor a fim
de despertar o desejo do consumidor. As ações de marketing são bem elaboradas e contam com a participação de todos os envolvidos na cadeia HF. Na feira não faltaram as principais empresas melhoristas e de produção de sementes, todas com o mesmo discurso de que
o trabalho inicial, a pesquisa agrícola, deve ter em mente o atendimento ao consumidor final.
Na área de HFs percebe-se uma ênfase crescente na oferta de produtos cada vez mais frescos e aí a logística participa com um peso muito significativo. Percebi um grande número de empresas da área de armazenamento e transporte presentes na FruitLogistica 2008.


Mercado dinamico

Outro aspecto bastante acentuado na feira foi o segmento de preparo e embalo de frutas e verduras. Tudo com o verdadeiro objetivo e agregar valor ao produto, um conceito que discutimos muito por aqui e que já se encontra definido nos mercados mais desenvolvidos.
O mercado europeu exige um entendimento dinâmico, no qual as pessoas têm diferentes níveis de exigência, um poder aquisitivo elevado e vivem em um cenário multicultural, com uma grande diversificação de alimentos. Este fenômeno criou oportunidades e é aberto a qualquer produtor que consiga atender as demandas do mercado. Quantas



Embalagens agregam valor ao produto, conceito muito discutido durante o evento


novas frutas e hortaliças foram incorporadas no mercado Europeu nos últimos 20 anos? O Mercado Comum Europeu adicionou recentemente novos países e grandes mudanças já estão correndo.
A princípio, alguns destes países como Romênia, Hungria e Polônia podem ser encarados como concorrentes na produção agrícola e de HFs, e certamente aumentarão sua participação no mercado, aproveitando as facilidades por pertencerem a bloco. Ao mesmo tempo,
deverão aumentar sua renda, mudar hábitos e buscar novidades, transformando-se em grandes consumidores e abrindo oportunidades para nós.
É igualmente importante reconhecer o espaço que a China hoje ocupa, seja como produtor e concorrente, ou como consumidor e cliente. Ainda neste ano haverá uma edição da FruitLogistica no país e deverá ser um evento de grandes dimensões.
Estas são algumas das mensagens que pude captar visitando a FruitLogistica 2008 e trocando experiência nas conversas entre alfaces, batatas, laranjas e embalagens onde o trabalho de mercado de HFs parece não ter limites. As oportunidades para o Brasil estão disponíveis não somente no fornecimento de produtos “in natura”, mas também em produtos processados, semi-elaborados e até mesmo materiais de embalagem.



Embalagem para microondas: cenár io multicultural oferece diver sificação de alimentos


Aqui enfrentamos nossas dificuldades e temos que ter capacidade para resolver da maneira mais racional. A certificação, principalmente o padrão EurepGap, é cada vez mais obrigatório, exigindo do fornecedor a mudança de mentalidade, de atitude e investimento na melhoria do processo de produção. Para os produtores de HF brasileiros estes conceitos nem sempre são facilmente aceitos, mas para quem quer entrar neste negócio, não há outra saída. O comprador quer o produto na boca do consumidor, com qualidade, segurança e preço. A eficiência na produção e a capacidade de ser competitivo são atributos dos mais importantes.


Agregar valor para o mercado Batata embalada a vácuo: Europa está aber ta

Não devemos enxergar um evento como a FruitLogistica somente com a idéia de participarmos no mercado de exportação e importação. Outra grande lição é vermos o que se pode fazer para agregar valor dentro do nosso mercado. Muito do que se passa em países mais desenvolvidos também está em prática no Brasil como a incorporação de novos produtos, melhor presentação e práticas de fornecimento. Os nossos consumidores já têm um grau de exigência bem mais elevado que há alguns anos, e mais mudanças vão ocorrer por aqui.



Diversificação de embalagens e produtos busca atender as exigências dos consumidores, qualidade e segurança são as principais



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