1 – José A. Caram de Souza Dias – APTA-IAC/CEPD
Fitossanidade, Campinas/SP, Cx.P.28, 13020-902, e-mail: jcaram@iac.sp.gov.br
2 Élson Yamamoto – Grupo Yoshida,
Buri/SP
3 – Haissar Malluf – Grupo Cercina, Monte
Mor/SP
Apoio: FUNDAG
Evidências de antibiose a mosca branca, afídeos e outras pragas,
reduzindo infestação em plantas vizinhas de batata (Solanum tuberosum
L.)
Resumo
Entre 1985 a 1988, em
insetários do Plant Pathology Depto., da Univ. Wisconsin-Madison (EUA), espécies
de Solanácea: Datura metel. e D. stramonium, dentro de um mesmo insetário ou em
insetários isolados, respondiam, 2-3 dias após adição de 50 afídeos apteros, por
planta, com ausência total (morte) ou infestação (colonização), respectivamente.
Desde então, um possível efeito de antibiose da D. metel a diferentes insetos e
ácaros, causadores de danos físicos e vetores de viroses, com ênfase especial à
cultura da batata continuou sendo observado no Brasil, em campos comerciais e
experimentais, de diversas variedades. Nos últimos anos, em batatais na região
do Sudoeste Paulista, onde tem sido verifi cada altas infestações de Bemisia
tabaci, biótipo B, (Souza-Dias et al. Cultivar HF, 5:22.2004), mudas de D.metel
foram transplantadas de telados anti-afídeos para o batatal cv. Bintje (2-3 dias
após herbicida de pré-emergência). A distribuição de grupos de 40 plantas foi
feita em forma de retângulo: 15+5+15+5 plantas de D. metel intercaladas com
plantas de batata. Aos 50 dias do transplante, 13 folhas (1/planta) medianas de
batata, apresentavam em contagens de ovos e adultos de mosca branca (Mb); e
ápteros de afi deos (Af), possível M.persicae; dentro x fora da área de D.Metel,
os seguintes números médios (desvio padrão em parênteses) de Mb =: 2,39
(4,16) e 1,44 (0,77) x 7,75 (5,75) e 9,52 (10,88); e Af = 0,00 (0,00) e 1,06
(0,81), respectivamente. As mesmas contagens feitas na própria D.metel
revelaram: Mb =: 0,00 (0,00) e 1,06 (0,81), sendo de dez Mbs estavam mortas; e
Af = 0,00 (0,00). Resultados semelhantes têm sido observados consistentemente
para espécies não identificadas de tripes e ácaros. Substancia-se, portanto, o
possível amplo espectrum de reconhecidos alcalóides da D. metel (ação
tóxica medicinal: hioscina, daturina, atropina), na antibiose sobre pragas e
aponta-se para seu potencial no manejo integrado de pragas/vetoras-de-vírus em
batatal.
Introdução
A espécie Datura metel L. (Solanácea) tem teor
de alcalóides: hiosciamina (sementes e raízes) hioscina (folhas), daturina e
atropina, de reconhecida ação medicinal ou tóxica (anestésica, alucinógena,
antiespasmódica, vaso dilatadora). Na gricultura, a D.metel atua como (1)
ornamental; (2) controle biológico: via extratos foliares ou incorporação de
resíduos vegetais no solo, com ação antagonista a vários nematóides, ex:
Haplolaimus indicus, (Ferrazi & Freitas, http://www.ufv.dfp/lab/nematologia/antagonistas.pdf
) e ação redutora de fi toviroses transmitidas por insetos, como na
aquisição do Potato leafroll vírus, pelo afídeo Myzus persicae e inoculação do
Bean goldem mosaic vírus, pela mosca branca Bemisia tabaci (De Nardo, 1989, Tese
doutorado, Biol. Vegetal – UNICAMP); e 3) indicadora de fi tovírus. Um possível
quarto uso da D.metel, que aparentemente não está sendo explorado, seria o de
antibiose a diferentes insetos e ácaros, causadores de danos físicos e vetores
de viroses, com ênfase especial à cultura da batata. Entre 1985 a 1988, em
insetários do Plant Pathology Depto., da Univ. Wisconsin-Madison (EUA), espécies
de Solanácea: Datura metel.
e D. stramonium, dentro de um mesmo insetário ou
em insetários isolados, respondiam, 2-3 dias após adição de 50 afídeos apteros,
por planta, com ausência total (morte) ou infestação (colonização),
respectivamente. Desde então, um possível efeito de antibiose da D.metel a
diferentes insetos e ácaros, causadores de danos físicos e vetores de viroses,
com ênfase especial à cultura da batata continuou sendo observado em diferentes
regiies do Brasil (áreas experimentais ou comerciais, cvs. Bintje, Ãgata,
Asterix, Monalisa, Atlantic, Aracy, Itararé), em comparação com outras espécies
de solanáceas. No presente trabalho, apresentamos resultados de avaliações em
campo sobre o efeito de antibiose da espécie D. metel exposta em
plantações de batata (Solanum tuberosum), sob alta infestação natural de Bemisia
tabaci biotipo B.
Metodologia
Nos últimos 4 anos, em batatais na região do
Sudoeste Paulista, onde infestação mediana >30 adultos/folha de Bemisia
tabaci, biótipo B, não é anormal (Souza-Dias et al. Cultivar HF, 5:22.2004),
mudas de D.metel foram transplantadas de telados anti-afídeos para campo de
batata (2-3 dias após herbicida de pré-emergência). A distribuição de grupos de
40 plantas foram feitas em forma de retângulo: 15+5+15+5 plantas de D. metel
intercaladas com plantas de batata. Aos 50 dias do transplante, amostras de 13
folhas (1/planta) medianas de batata, foram amostradas, de forma a causar o
menor impacto possível aos insetos presentes nessas folhas. Procedeuse no local
a contagem de ovos e adultos de mosca branca (Mb); e ápteros de afi deos (Af),
possível M.persicae; dentro x fora da área de D.Metel.
Resultados e Discussão
Em contagens de ovos e adultos de
mosca branca (Mb); e ápteros de afídeos (Af), possível M.persicae; dentro x
fora
da área de D.Metel, os seguintes números médios (desvio padrão em
parênteses) de Mb =: 2,39 (4,16) e 1,44 (0,77) x
7,75 (5,75) e 9,52 (10,88);
e Af = 0,00 (0,00) e 1,06 (0,81), respectivamente. As mesmas contagens feitas na
própria D.metel revelaram: Mb =: 0,00 (0,00) e 1,06 (0,81); e Af = 0,00 (0,00).
Da média de Mb = 1,06 adultos/folha, dez estavam mortos (Tabela 1).
Resultados semelhantes, têm sido observado de forma esporádica e
consistente, também para espécies não identifi cadas de tripes e ácaros (branco
e rajado). Substancia-se portanto, o possível amplo espectrum
do efeito de
antibiose da D.metel sobre pragas e aponta-se para a potencial no manejo
integrado de pragas (vetoras de
viroses) em batatal.
Pedro Hayashi – Sócio proprietário(Engenheiro Agrônomo) Pirassu AgrícolaRua José Bonifácio, 530 – Centro- Sala 6 AVargem Grande do Sul/SP – 13880-000(19) 3641.6201 – jarril @uol.com.brescritório-pirassu@rantac.com.br A cultura da batata é tida como a mais...
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