Por Pedro Hayashi
Agrícola Pirassu
Embora brasileiro nato Hilario da Silva Miranda Filho, nasceu em Assunção, no Paraguai, em 12 de fevereiro de 1943, onde seu pai, Hilario da Silva Miranda, pesquisador do Instituto Agronômico, participava de uma missão cultural junto ao governo daquele país. Em 1944, a família retornou ao Brasil. Hilario estudou em Campinas, até sua entrada na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, onde se graduou na turma de 1966, na diversificação de Fitotecnia.
Após breve passagem em firma de fertilizantes, entrou em setembro de 1967, inicialmente como estagiário na Seção Raízes e Tubérculos, até ser em maio de 1968, como Pesquisador Científico na mesma Seção, onde permanece até a presente data. Hoje como Centro de Horticultura do Instituto Agronômico integrante da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Na Seção Raízes e Tubérculos, Hilario acompanhou os trabalhos desenvolvidos pelo Dr. O. J. Boock, especialista em batata, principalmente nas áreas de melhoramento genético, incluindo a avaliação de cultivares, produção de batata semente, nutrição e adubação, tendo liderado o setor depois da aposentadoria de Dr. Boock.
Dr. Hilario da Silva Miranda Filho
Em 1972, participou na Holanda do “Primeiro Curso Internacional de Produção de Batata”, seguido de treinamento individual o Eng. H.P Beukema, permanecendo naquele país por um total de 6 meses. Em 1975 participou de treinamento no “Centro Internacional de la Papa” em Lima Peru. De 1978 a1980, estudou na Universidade de Wisconsin, sob a orientação de S. J. Peloquin.
Quando o assunto é batata, poucas pessoas são lembradas de imediato como Hilario Miranda. Muitas gerações de bataticultores aprenderam a ver nesta pessoa tão querida, o apoio em praticamente todos os temas relacionados com as batatas. Seguiu sempre a tradição de pesquisa do Instituto Agronômico em manter-se sempre no mais íntimo contato possível com os produtores. A maior parte de seus trabalhos de pesquisa foi realizado em propriedades particulares, com agricultora de todos os níveis de tecnologia.
Lembro perfeitamente o meu primeiro contato com o Dr. Hilario foi na década de 80 quando levei tubérculos de batata Achat com sintomas de “olho preto” que com toda a atenção chegou à conclusão do problema “é Fusarium eumartii”. Daí em diante, com visitas mais frequentes, estabelecemos um excelente relacionamento, tanto no campo profissional como no pessoal. Portanto escrever sobre Hilario Miranda é de certa forma suspeito pois, antes de mais nada, o considero um grande amigo.
Dr. Hilario Miranda possui, entre artigos científicos, apresentação em congressos, capítulos de livros, boletins técnicos mais de 150 trabalhos publicados, inclusive a excelente publicação da ABBA sobre Rhizoctonia em batata. A sua área de atuação não se restringe ao melhoramento genético de batata, mas passa pela fertilidade, nutrição, fitopatologia, virologia e tantas outras especialidades. Em sua própria opinião suas maiores contribuições para a bataticultura brasileira foram a demonstração do imenso potencial de programas brasileiros de melhoramento da batata e a contribuição para o desenvolvimento de da produção de batata-semente certificada nas condições do Estado de São Paulo.
No primeiro caso de importância ainda potencial, baseia-se na seleção de genótipos rústicos, de ciclo longo e tuberização precoce, a única maneira de se obter aumentos substantivos de produtividade sem perda de qualidades realmente essenciais para o consumo da batata. No segundo, a sua colaboração como pesquisador que propiciou, juntamente com a extensão, defesa fitossanitária, certificação de batata-semente, e, principalmente com o setor produtivo, praticamente hoje, auto-suficiência brasileira no setor. Foi ele quem pela primeira vez, recomendou a produção das classes mais elevadas de batata-semente no plantio ‘de inverno’.
Outras contribuições do Dr. Hilario para nossa bataticultura foram estudos sobre a sarna pulverulenta, causada pelo fungo Spongospora subterrânea na região de Vargem Grande do Sul e Casa Branca, pois na época se tratava de uma doença nova e chegou a inviabilizar muitas áreas de cultivo. Colaborou intensamente com Dr. J. A. Caram de Souza Dias nos estudos que apontaram a alteração epidemiológica do vírus Y da batata, hoje o principal problema virológico da cultura, inclusive na demonstração da importância de seus novos variantes. Também foi o primeiro a sugerir que um novo strain de Streptomyces fosse o causador do surto dessa doença que está afetando culturas de todo o país. Em praticamente toda doença ou problema novo o Dr. Hilario sempre esteve presente.
Dr. Hilario e esposa, Benei Miranda
Não podemos deixar de mencionar o lado humano do Dr. Hilario, sempre com simpatia e um humor de causar inveja, está sempre de bem com a vida. Não faz distinção entre o patrão e os funcionários da fazenda. É sempre lembrado mesmo pelas pessoas mais humildes que tiveram a oportunidade de ajudá-lo em algum trabalho no campo.
A facilidade em escrever e a sua grande cultura e a inclinação pela historia, o Dr. Hilario além dos trabalhos de pesquisa científica está se revelando um escritor de contos infantis, para sua neta Ana Luíza, e até de peça de teatro, essa tendo a batata como principal personagem.
Para finalizar, gostaria que profissionais como o Dr. Hilario sirvam como exemplo a ser seguido, contribuindo para o desenvolvimento do nosso país.
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