Prof. Dr. Gaspar H. Korndúrfer Email: ghk@triang.com.br Universidade Federal de Uberlândia – MG
O silício ainda é um elemento pouco conhecido na agricultura, mas promete crescer muito em importância, com os novos estudos de seu papel na nutrição de algumas plantas comerciais, como arroz e cana-de-açúcar. Mesmo não sendo essencial, do ponto de vista fisiológico, para o crescimento e desenvolvimento das plantas, a sua absorção traz inúmeros benefícios.
Foto 1 – Tratamento sem silício – testemunha
Absorvido pelas raízes junto com a água, o silício tende a acumular-se nas folhas, formando uma barreira física contra o ataque de insetos e fungos e regulando a perda de água da planta por transpiração. Em outras palavras, a adubação complementar com silício pode, além de aumentar a produtividade, reduzir gastos com pesticidas. “A adubação com silício ainda é desconhecida, no Brasil, mas nossos estudos indicam um aumento de produtividade de até 10 toneladas por hectare, nos canaviais, e aumento da resistência de culturas de arroz contra brusone, mancha parda e descoloração dos grãos”.
Outra hipótese relacionada com o controle de doenças seria a formação de fenóis ativada pelo fornecimento de silício. Compostos fenólicos e Si acumulam-se nos sítios de infecção, cuja causa ainda ão está esclarecida. O Si pode formar complexos com os compostos fenólicos e elevar a síntese e mobilidade destes no apoplasma. Uma rápida deposição de compostos fenólicos ou lignina nos sítios de infecção é um mecanismo de defesa contra o ataque de patógenos.
A acumulação de silício na cutícula (epiderme) também determina alterações na arquitetura das plantas, podendo ficar mais ereta, evitando o acamamento (quando o pé de arroz ou cana deita no solo, reduzindo a produtividade). E a adubação à base de silicatos ainda serve para a correção de acidez, substituindo o uso do calcário, um elemento fundamental em quase todos os solos brasileiros. A equipe da UFU estendeu os estudos do silício a plantas de cerrado e a outras gramíneas, como o capim braquiária, para verificar a capacidade de acumular o elemento em suas folhas. “As plantas do cerrado também acumulam silício e estão nos ajudando muito a entender os mecanismos de absorção e retenção”, conta Korndúrfer, que vem usando este conhecimento no aprimoramento da adubação para culturas comerciais.
Foto 2 – Tratamento com silício – 3kg/cada 7 dias
A batateira é uma das culturas mais afetadas por doenças fúngicas. Notadamente a requeima (Phytophthora infestans) e pinta preta (Alternaria solani). O Grupo de Pesquisa “Silício na agricultura”, visando estudar a importância do Si no controle dessas doenças, instalou um experimento em vasos com a cultivar de Foto 2 – Tratamento com silício – 3kg/cada 7 dias 12 Nutrição batata Atlantic (Trabalho publicado no XXXVI Congresso Brasileiro de Fitopatologia, 2003 – CARNEIRO, L. M. S.; JULIATTI, F. CÉZAR; OLIVEIRA, R. G.; KORNDÖRFER, G. H.; AMADO, D. F. & RAMOS, H. F. Uso de argila de silício na redução da severidade de Phytophthora infestans em batateira). Os vasos receberam pulverizações semanais com argila silicatada nas doses de 3,5 e 7 kg/1000 L de água, sem espalhante adesivo. Avaliou-se a severidade da requeima (0 a 100 %) e o peso seco da parte aérea e raízes. Todos os tratamentos com silício reduziram a severidade da requeima em até 50 % em relação às testemunhas (Fotos 1 e 2).
O laboratório de silício que o Dr. Korndúrfer coordena desde 1994, em Minas Gerais, possui uma Equipe de 5 pesquisadores (3 professores e 2 bolsistas do CNPq), 6 pós-graduandos e diversos estudantes de graduação. A equipe trabalha em convênio com a Universidade da Flórida, dos Estados Unidos, e conta com recursos da ordem de 100 mil reais anuais, da Fundação Banco do Brasil, FBB, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, FAPEMIG, e de usinas privadas de açúcar e álcool. A tradição na adubação com silício para a cultura de arroz vem da Ãsia, com destaque para pesquisas desenvolvidas no Japão, Coréia e Filipinas.
O silício como fertilizante é muito utilizado em vários países, como Japão, Maurícius, EUA e atualmente está sendo muito pesquisado na Austrália e Ãfrica do Sul. O Japão já utiliza o silício no cultivo de arroz há seis décadas. Em Maurícius, uma pequena ilha localizada no Oceano Índico, grande produtor de cana-de-açúcar, usa-se cimento como fonte de Si. Ainda nesse país, a análise de Si no solo é rotina nos laboratórios de fertilidade do solo. Na Flórida, mais de 150.000 toneladas de silicato de cálcio são anualmente utilizados nas culturas de arroz e cana-de-açúcar. Os EUA já incorporaram a adubação com Si nas culturas de arroz e cana-de-açúcar, utilizando, principalmente, o silicato de cálcio e magnésio, um subproduto da indústria siderúrgica e da produção de fósforo elementar. No Brasil, já existem várias marcas comerciais de produtos contendo Si. Por exemplo, o adubo fosfatado termofosfato possui aproximadamente 22% de SiO2 na sua composição.
O nitrogênio (N) é um dos componentes dos aminoácidos, proteínas, moléculas de clorofila e ácidos nucléicos que constituem os cromossomos. Assim, o conteúdo de proteína das plantas está diretamente relacionado com a concentração de...
Evaristo Marzabal Neves – Prof. Titular do Depto de Economia, Administração e Sociologia – Esalq/USP, emneves@esalq.usp.brLuciano Rodrigues – Graduando em Engenharia Agronômica – Esalq/USP, bolsista Fealq, lurodrig@esalq.usp.br Diogo S. Dragone – Eng. Agrônomo, Pós-graduando...
José Alberto Caram de Souza Dias (Eng. Agr., PhD)Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fitossanidade,APTA-Instituto Agronômico de Campinas (IAC) C.P. 28, CEP 13012-970, Campinas/SP(19) 3241-5847, Ramal 363 jcaram@iac.sp.gov.br De 17 a 22 de junho de...
Estimados amigos de Batata Show:Deseo agradecerles por el envío de vuestra revista y felicitarlos por la excelente calidad ya sea por el contenido de losartículos como de la impresión, papel, etc. Muchas gracias otra...