Mário Alejandro Andreu Andreu Hnos. Productos Agrícolas S.A. Licenciado en Genética – UNAM Pós-graduando em Genética e Melhoramento de Plantas – UFLA E-mail: marioandreu@ig.com.br
A América Latina produz aproximadamente 8.000.000 de toneladas de batata anualmente, sendo que 2,5 milhões de toneladas são produzidas pelo Brasil. O contínuo aumento da produção é uma resposta frente à forte demanda de batata para consumo “in natura” e processada. Esta demanda poderia ser explicada pela modernização e a incorporação cada vez maior das mulheres ao mercado de trabalho, adotando novos padrões alimentícios com a tendência de uso da comida preparada ou de fácil preparação. Convém considerar também que a globalização da economia tem criado uma homogeneização do consumo de alguns produtos, que, entre suas características, combinem praticidade, qualidade e rapidez, sendo a batata um dos produtos mais aptos para esse fim.
Com a introdução das cadeias de comidas rápidas no sistema da batata, a demanda por parte da indústria por batatas de boa qualidade culinária tem sido cada vez maior. A tendência mundial é a de aumentar a média anual da porcentagem de consumo de produtos pré-fritos congelados, o que significa um crescimento importante no mercado industrial nos últimos anos e uma previsão de aumento ainda maior para o futuro. A demanda mundial tem crescido em 13% nos últimos anos, sendo que entre os países do Mercosul, a Argentina é responsável por 63% da demanda. O Brasil não pode ficar fora deste mercado, principalmente porque a batata é considerada a hortaliça mais importante do país.
No Brasil, a batata é comercializada principalmente na forma in natura e a comercialização para a indústria ainda é pouco significativa. Portanto, o melhoramento genético da batata para processamento faz-se necessário para satisfazer, com cultivares nacionais, os requerimentos da indústria. Para isto deve-se desenhar um sistema que permita obter um número maior de cultivares com melhores características culinárias, já que a maioria não é adequada para o processamento, produzindo-se a necessidade de importação, encarecendo o custo da produção e, consequentemente, do produto final. As batatas pré-fritas congeladas que se consomem no Brasil são principalmente importadas, em sua maioria, dos EUA, do Canadá, da França e da Argentina, em embalagens de 0,5kg e 1 Kg.
Por isto, os programas de melhoramento de batata no Brasil têm se preocupado bastante com este problema e estão dedicando grande parte de seus esforços à produção de novas cultivares, mais adaptadas, produtivas e com boas qualidades culinárias. Deve-se levar em consideração que a qualidade da batata é uma das mais importantes características no consumo humano, sendo um parâmetro com controle genético complexo, ou seja, com vias metabólicas caracterizadas pela interação de uma ampla quantidade de enzimas, onde tanto os genes responsáveis pela sua produção como o seu controle gênico, têm sido em grande parte identificados e mapeados somente nos últimos 3 anos. Consequentemente, esses grandes avanços na área da genética molecular têm levado os melhoristas de batata a recorrer, além do melhoramento tradicional, ao uso das novas técnicas de melhoramento baseados na análise com marcadores moleculares. O melhoramento genético clássico no Brasil demonstrou que os processos seletivos são bastante demorados e que ainda são poucos os cruzamentos realizados e os clones avaliados e, como consequência disto, o número de cultivares lançadas ou à disposição do produtor são ainda bastante limitadas.
Uma das metodologias relativamente novas de identificação de genótipos superiores são as técnicas bioquímicas e moleculares, baseadas na análise de polimorfismos de enzimas e de fragmentos de DNA respectivamente, já que quando estes marcadores segregam conjuntamente com os genes de interesse, podem ser utilizados para melhorar a capacidade de seleção de batatas de alta qualidade, identificando os genes relacionados com as características de importância para o processamento. Entre as aplicações analíticas a médio e longo prazo, os marcadores permitem quantificar a variabilidade existente ao nível do DNA para as características desejadas e correlacioná-la com a expressão fenotípica. Quando estas tecnologias são aplicadas ao melhoramento e constituem parte do sistema seletivo, passam a constituir o que os melhoristas chamam de Seleção Assistida por Marcadores – SAM. A SAM ajuda a acelerar o processo seletivo para aumentar as probabilidades de selecionar genótipos superiores de batata para processamento em um tempo menor, quando comparado com o melhoramento clássico e, portanto, incrementar os ganhos com a seleção.
Os ganhos com os índices de marcador assistido de seleção são, teoricamente, maiores que os com a seleção fenotípica. A SAM demonstrou ser muito efetiva em gerações precoces de seleção entre progênies de cruzamentos entre linhas híbridas. O maior problema que enfrenta esta técnica é que a seleção fenotípica é fortemente defendida em plantas cultivadas, depreciando a desvantagem teórica da demora com a seleção. Ante esta perspectiva, alguns dos programas de melhoramento de batata do Brasil, incluindo a UFLA, tem incorporado nas suas pesquisas, o uso da SAM na procura de um marcador confiável para estimação da qualidade das batatas, na procura de aumentar a precisão experimental na seleção de materiais promissores para a indústria.
Os principais desafios destes programas, independentemente do método de seleção empregado e que sem dúvida terão um importante efeito sobre as expectativas dos produtores, do mercado e da indústria de batatas são:
• Combinação de resistência com qualidade;
• Seleção para qualidade e produtividade em condições de estresse;
• Pesquisa nos sistemas de embalagem e conservação;
• Transgênicos para cor de fritura e matéria seca.
Estas tendências são favorecidas porque, em primeiro lugar, tem-se pouco conhecimento dos mecanismos genéticos que controlam a qualidade pós-colheita e, em segundo lugar, pela probabilidade de que os genótipos superiores para a qualidade do processamento sejam adaptados para condições ambientais e de armazenamento especificas, sendo difícil a transferência de sucesso de um programa de melhoramento para outro.
Para lograr avanços ainda maiores nesta área, é necessário começar por melhorar as características desejadas daquelas cultivares ou clones que apresentem maior adaptação regional. Contudo, um dos principais problemas que enfrentaram os melhoristas, além dos comentados, é que os requerimentos de qualidade da matéria prima por parte da indústria envolvem muitas mudanças nas formas de funcionamento do sistema da batata, não só das de comercialização, mas também das de produção. Estas exigências geralmente vêm acompanhadas de mudanças nas cultivares comumente usadas pelos bataticultores, e, como consequência, produzem também alterações no manejo da lavoura deste cultivo. Isto leva a uma série de modificações nos hábitos dos produtores os quais nem sempre estão dispostos a aceitar.
Usualmente, são os pequenos agricultores os primeiros a adotar os materiais produtos das pesquisas, devido a que são favorecidos por algumas empresas agropecuárias estaduais e/ou nacionais que procuram testar novas cultivares ou clones avançados, e, principalmente, pelo relativamente pouco capital econômico investido para obter algum lucro. Porém, não são estes agricultores os que no futuro poderão sustentar a forte demanda por produtividade e qualidade culinária que as indústrias requerem. A falta de adaptação geralmente existente entre os medianos e grandes produtores para enfrentar as mudanças geradas pelas exigências da indústria, também têm contribuído para prejudicar qualquer política de estabelecimento das agroindústrias. Fica claro que o futuro da agroindústria no Brasil não só dependerá do que possa resultar do melhoramento de cultivares nacionais e estrangeiras, mas também da organização, conscientização e flexibilidade dos produtores frente aos novos padrões de consumo e da fomentação de investimentos por parte do governo para o favorecimento da instalação das indústrias processadoras de batatas pré-fritas congeladas no país.
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