Ernani Clarete da Silva, Professor, Pesquisador, Dr. em Genética e Melhoramento Vegetal. UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÃRIO VELLANO / UNIFENAS -FACULDADE DE AGRONOMIA,
Setor de Olericultura e Experimentação, CP 23 – CEP 37130-000 – Alfenas (MG) Fone. (35) 3299.3119
Fax: (35) 3299.3282 clarsil@bol.com.br
Participaram deste trabalho os acadêmicos de Agronomia, Pedro Bavuso Neto e Douglas José Marques integrantes do NEOL/ Núcleo de Estudos em Olericultura da UNIFENAS http://www.unifenas.br/neol, Andressa Barbosa Giusto, Engenheira Agrônoma, MSc. e José A. Caram de Sousa Dias, Pesquisador Científico, PhD, IAC/APTA, Campinas (SP)
INTRODUÇÃO
As viroses transmitidas por afídeos são as mais importantes como causa de degenerescência em batata-semente (PUTTEMANS, 1934; SOUZA-DIAS e IAMAUTI, 2005). Esta realidade impõe a necessidade de renovação de estoque básico (batata-semente) com material de alta sanidade importado a cada 2 ou 3 ciclos. Dos diversos sistemas de produção de batata-semente existentes, o sistema broto/ batata-semente tem sido considerado como uma forma de aumento na taxa de multiplicação do lote de batata-semente importado (SOUZA-DIAS e COSTA, 1998; GIUSTO et al, 2004). O estado fisiológico dos tubérculos e o correspondente desenvolvimento da brotação no ato do plantio se constituem em fatores de grande importância da produção de batata. Em tubérculos de batata, as gemas permanecem inaptas à brotação durante certo período, mesmo sob condições adequadas ao seu crescimento (SILVA et. al, 2004).
O estímulo artificial da brotação é um recurso normalmente utilizado pelos bataticultores com o propósito de adiantar e uniformizar a brotação com reflexos positivos na produtividade. Dentre os vários processos usados na ativação da brotação, substâncias químicas como giberelinas (fitohormônio) tem sido normalmente empregadas pelos bataticultores (POGI e BRINHOLI, 1995). Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar a produção comercial de batata-consumo a partir de minitubérculos produzidos a partir de brotos destacados de batata-semente semeados em diferentes espaçamentos com e sem tratamento hormonal .
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido nas dependências da UNIFENAS, Setor de Olericultura e Experimentação durante o ano de 2005. Utilizou-se delineamento experimental em blocos ao acaso, em esquema fatorial 3 x 3 com três repetições. Três espaçamentos de plantio (10, 20 e 30 cm entre plantas) e 3 tipos de tratamentos do minitubérculo (testemunha sem tratamento, minitubérculo tratado com hormônio de crescimento Progibb® e minitubérculo tratado com fungicida Maxim®). Os minitubérculos (22,5 a 44,5 mm) originaram de brotações da variedade Almera plantados dentro de telados anti-afídeos e indexados como livre de vírus via teste DAS-ELISA, portanto, apresentando alta sanidade. Maxim® é um fungicida do grupo químico fenilpirroles recomendado para batata-semente na prevenção de doenças como Rhizoctonia solani. Progibb® é um produto da classe de reguladores de crescimento vegetal do grupo químico das giberelinas recomendado para estimular a brotação em batata-semente. A dose usada de Progibb® foi de 1 g para 10 L de água e para Maxim® foi de 40ml para 10 L. Em ambos os tratamentos o tempo de imersão dos mitubérculos foi de 10 minutos. Os minitubérculos foram plantados em 4 fileiras de sulcos distanciados de 70 cm formando parcelas experimentais de 3,36m2, 5,60m2 e 9,24m2 de acordo com os respectivos espaçamentos dentro do sulco, 10, 20 e 30 cm. Foram avaliadas 20 plantas das duas fileiras centrais ficando as fileiras centrais e cabeceiras como bordaduras. As características avaliadas foram produção comercial e número de tubérculos por plantas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se que à medida que os espaçamentos ficaram maiores, houve uma redução significativa na produção. Em termos de número de tubérculo por planta, não houve diferenças significativas entre os tratamentos sendo que este dado variou de 5,10 a 5,67 tubérculos comerciais. Assim pode-se dizer que a menor produção ocorrida nos maiores espaçamentos se deu em função da densidade de plantio menor. Os dados da produção no espaçamento de 10 cm estão de acordo com KAWAKAMI et al. (2003). Estes autores compararam a produção proveniente de microtubérculo – semente com peso variando de 0,5 a 1,0g e 1,0 a 3,0 g, com tubérculo – semente convencional de 50 g, observou que a produção das plantas provenientes dos microtubérculos foi apenas 18% inferior à produção das plantas provenientes de semente convencional. Concluiu-se que 10 cm entre plantas é o melhor espaçamento independente do uso do tratamento do minitubérculo-semente.
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