Produção de minitubérculos em cultivo hidropônico com substrato

Pedro Hayashi
Pirassu Agrícola
Sócio-Proprietário
R. José Bonifácio 530 sala 6 A – Vargem Grande
do Sul SP – 13880-000
Telefax- (19) 3641-6201
jarril@uol.com.brpirassu@rantac.com.br



A importação de batata-semente de outros países como Holanda, Alemanha, Canadá sempre foi uma necessidade, pois em nossas condições ambientais, a batata-semente perde suas qualidades, diminuindo a produtividade dos campos. Também dependemos das variedades de outros países, já que o nosso mercado trabalha basicamente com variedades estrangeiras como Monalisa, Atlantic, Ãgata, Asterix e tantas outras. Além de ter alto preço, ainda corremos o risco de trazer doenças que não existe em nosso País, bem como estar sujeito à variação cambial, greves portuárias, ou, pior ainda, não ter batatas-semente disponíveis para compra. Se dependermos totalmente deste material importado poderemos comprometer nossos planos, pois, o material importado deve ser plantado pelo menos duas vezes para ser viável economicamente.


Uma alternativa seria a produção de batatasemente com os mesmos níveis de sanidade (ou melhores) que os materiais importados. Isto seria possível pela produção de minitubérculos, em ambiente protegido ou estufas, a partir de mudas produzidas em laboratório (micropropagado). Este processo é previsto e fiscalizado pelo sistema de certificação de batata-semente em ambiente protegido. Como atitude ética, não seria recomendável multiplicar variedades que possuam o direito de proteção, mesmo que não tenham sido efetivadas no nosso País.



O processo tem início na escolha de plantas matrizes, limpeza de doenças e propagação por meristema. Do laboratório, as plântulas são transferidas para a estufa, onde passam por um período de adaptação. Este processo é feito também em outros países. Existem vários sistemas de produção de minitubérculos desenvolvidos pelos nossos produtores, que podem ser: produção em bandejas, vasos, canteiros, cultivo hidropônico sem substrato, areia ou argila expandida, etc. Também os sistemas de fertilização e substratos variam de acordo com cada produtor.


O Sistema de produção aqui descrito é um pouco diferente dos sistemas adotados por outros produtores. O modelo inicial foi baseado no sistema utilizado pelo pesquisador científico Dr. Newton do Prado Granja do Instituto Agronômico de Campinas. A estufa é dividida em canteiros de alvenaria de 9 m2 cada. Cada um destes canteiros dispõe de um sistema de dutos que permite tanto a entrada como a saída da água (solução nutritiva) por gravidade. Sobre estes dutos é colocado brita fina, que receberá caixas plásticas de 0,3X 0,5m, as quais são cheias de substrato (fibra de coco) onde as plântulas irão se desenvolver.


As raízes das plantas não ficam restritas às caixas, se aprofundam pela brita. Todo o excesso de solução é devolvido às caixas de depósito, que voltam a serem utilizadas. O desenvolvimento das plantas é bastante rápido e vigoroso. O plantio no canteiro definitivo até a colheita final é feito em 60 dias. Os cuidados contra a entrada de insetos e doenças têm os mesmos critérios utilizados em outros sistemas.


DIFERENÇA DE OUTROS SISTEMAS:
– Plantio em caixas com substrato (fibra de coco), com fertirrigação.
– Período de adaptação: As plântulas passam por um período de uma semana em ambiente com luz difusa antes de ir para o canteiro definitivo.
– Colheita escalonada: O sistema permite colheita escalonada, o que melhora a taxa de multiplicação.
– Tamanho dos tubérculos: De uma maneira geral, os tubérculos colhidos são acima da média dos minitubérculos provenientes de outros sistemas. Cerca de 60% estão entre os tamanhos III (30 a 40mm) e IV (23 a 30mm). Pode ser encontrado tubérculo acima de 60mm (tipo 0)


Tubérculo de maior tamanho teria como vantagens plantas mais vigorosas, mais resistentes a condições adversas, maior número de hastes por tubérculo semente e uma maior taxa de multiplicação. A produção de minitubérculos, seja qual for o sistema adotado, requer níveis elevados de técnicas, que aqui não é o objetivo de uma descrição detalhada. Apenas para citar algumas, podemos dizer que neste sistema utilizamos reguladores de crescimento, giberelinas, repicagem das mudas e muitas outras.


Não podemos afirmar que este é o sistema definitivo, pois cada produtor tem suas razões para justificar a utilização do seu sistema. Seria uma alternativa a mais para ajudar na decisão para a implantação de produção de minitubérculos.

VEJA TAMBÉM

Cadastramento Nacional Contra a Inadimplência

Cláudio Roberto Sinigalia Fernandes Comercio de Batatas Fernandes Ltda. tel/fax: 11-3311-0012 cbfnego@uol.com.br A comercialização da batata no Brasil tem sofrido mudanças radicais nos últimos anos, com reflexos diretos nos custos da comercialização. Enquanto outros...

LER

Melhoramento genético e produção de batata são discutidos em eventos na Universidade Federal de Santa Maria

Dilson A. BisogninProfessor do Departamento deFitotecnia da UFSM. Pesquisador do CNPq.Líder do Grupo de Pesquisa em Genética e Melhoramento de Batatadilsonb@smail.ufsm.br Palestrantes do Simpósio de Melhoramento Genético e Previsão de Epifitias em Batata, realizado...

LER

Batata – Regulador de Crescimento

Uso de regulador de crescimento vegetal na cultura da batata   Jesion Geibel da Silva Nunes Engo. Agro. Doutorando em Agronomia/Agricultura Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP Caixa Postal 237, CEP 18610-307, Botucatu (SP) E-mail: jesiongeibel@bol.com.br...

LER

CAPITAL x TRABALHO

Eng. Agr. José Levi Pereira MontebeloPresidente da COOTAcoota@coota.com.br / www.coota.com.br A relação empregado e empregador surgiu no mundo a partir do momento em que o homem deixou de ser nômade e puramente extrativista. Com...

LER