Regiões Produtoras – Produção de batata na região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul

A cultura da batata exerce um papel importante na economia da região


A rota dos Campos de Cima da Serra é formada pelos municípios da região mais alta e fria do Rio Grande do Sul, os compreende Bom Jesus, Cambará do Sul, Esmeralda, Jaquirana, Monte Alegre dos Campos, Muitos Capões, São Francisco
de Paula, São José dos Ausentes e Vacaria, com uma altitude média em torno de 1.200 metros acima do nível do mar. A cultura dos antigos tropeiros continua ainda muito presente, formada pelos corredores de tropeadas e paisagens exuberantes. Esta região caracteriza- se por criação de gado de corte e grandes lavouras de grão. A cultura da batata exerce hoje um papel importante na geração de empregos temporários na região, juntamente com a cultura da maçã.
Diferente de outras regiões do RS, onde a batata chegou com a imigração, em Campos de Cima da Serra ela foi introduzida aproximadamente em 1985 na região de Bom Jesus, lá cinco produtores locais com o apoio da Embrapa
de Canoinhas (SC) iniciaram a produção de 30 ha de batata semente. O cultivo permaneceu por um longo tempo, mas a baixa rentabilidade fez com que os produtores migrassem para produção de batata consumo.
Hoje, a produção de batata se concentra em São José dos Ausentes, São Francisco de Paula e Bom Jesus, em uma área de 6.000 ha. Asterix, Ãgata e Monalisa ocupam a maior área de cultivo (90%), seguida de outras variedades de menor valor  ou na busca de novas variedades para fritura ou consumo. Os produtores são de diversas partes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Paraná, atraídos pelas terras planas, alto índice de matéria orgânica, porém os solos rasos são com afloramento de rocha. O plantio inicia em setembro, quando é menor o risco de uma geada tardia, e estende-se até meados de janeiro. Tendo em vista que estas lavouras podem ser perdidas com geadas como ocorrido neste ano
de 2008. Além do risco de geada e a ocorrência de requeima favorecida pelas temperaturas mais baixas e alta umidade, o produtor estimulase em aumentar a área plantada nos meses de setembro e outubro, com a tendência de preços altos e a tentativa de entrar num período de falta de batata no mercado consumidor. A falta de irrigação leva alguns produtores, em anos de pouca chuva, a terem baixas produtividades. Em anos normais as chuvas são bem distribuídas tendo uma produtividade média de 800 sc/ha. As doenças mais importantes hoje na região são: a requeima, pinta preta, bacterioses, sarna, rizoctonia e as pragas mais comuns são a larva alfi nete, minadora e traça. Existem muitas áreas de campo
nativo fazendo que o produtor plante no máximo três anos nas mesmas áreas, assim migrando para outras, com baixa incidência de pragas como nematóide. Na região há 10 lavadoras, além disso, a comercialização da produção acontece através de outros intermediários destinando a batata para todas as regiões do estado do RS, CEAGESP e parte de Santa Catarina. As particularidades da região que começou com o cultivo de batata semente, hoje, não conseguem suprir as necessidades, importando de outras regiões como  São Paulo e Paraná. A falta de melhor organização dos produtores junto à cadeia de comercialização, de uma política de preços ao produtor e de apoio dos governos locais, desmotiva o produtor.


Alexandre Masiero
Repr. Técnico de Vendas
alexandre.masiero@basf.com
54.9998.7877

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