Letícia Aparecida de Moraes, Bruno Rossitto de Marchi, Vinicius Henrique Bello, Luis Fernando Maranho Watanabe, Valdir Atsushi Yuki, Julio Massaharu Marubayashi, Marcelo Agenor Pavan, Renate Krause-Sakate.
Faculdade de Ciências Agronômicas, FCA-Unesp-Botucatu.
Nos últimos tempos, a mosca-branca (Bemisia tabaci) vem se destacando cada vez mais no cenário agroeconômico e recebendo o status de super praga e super vetora de vírus. Algumas características a colocam entre as 100 principais pragas do mundo, como sua alta capacidade polífaga, ou seja, é capaz de se alimentar de uma vasta gama de espécies vegetais; ser cosmopolita e, portanto estar presente no mundo todo; ter uma excelente habilidade de dispersão pelo vento e pelo transporte de material vegetal; apresentar uma alta taxa de fecundidade, podendo uma fêmea ovipositar até 400 ovos e de ser capaz de transmitir ao redor de 300 vírus de plantas diferentes.
B. tabaci é na realidade considerada um complexo de espécies crípticas, uma vez que engloba populações morfologicamente idênticas mas com diferentes características como gama de hospedeiras, habilidade de transmitir vírus e de causar desordens fisiológicas nas plantas, além de apresentar diferenças genéticas que podem ser detectadas por meio de marcadores moleculares. Vários marcadores moleculares estão disponíveis na sequência do gene da mitocondria citocromo oxidase 1 da mosca-branca, possibilitando diferenciar as 37 espécies críticas hoje relatadas no mundo.
Duas destas espécies crípticas de mosca-branca, Middle East Asia Minor1 (também conhecida por biótipo B) e Mediterranean (biótipo Q), são consideradas as mais invasivas e possivelmente se disseminaram de seu centro de origem para outras localidades do mundo através do comércio de ornamentais e hortaliças.
Até a década de 1990 no Brasil só existiam as moscas-brancas nativas e que causavam problemas esporádicos de vírus e de surtos populacionais da praga em feijoeiro. Porém, apartir da detecção no início da década de 90 da espécie MEAM1 (biótipo B) no Brasil surgiram os problemas que atualmente o agricultor tem vivido com a mosca-branca, como altíssimas infestações da praga e de ocorrência de vírus em diversas culturas como o tomateiro, soja, feijoeiro, batata, entre outras. Como a espécie MEAM1 é altamente polífaga e se alimenta de diversas plantas, ela possibilitou que os vírus que anteriormente infectavam plantas daninhas e não causavam problemas, fossem trazidos pela mosca-branca para culturas como o tomateiro. Desta forma, hoje temos ao menos 14 espécies de begomovírus listadas infectando tomateiro no Brasil, porém dos quais uma espécie, o Tomato severe rugose virus (ToSRV) predomina na região Sudeste do Brasil, infectando também plantas de batata. Há também o crinivírus Tomato chlorosis virus (ToCV), descoberto mais recentemente, que além de ser transmitido pela B. tabaci é também transmitido pela Trialeurodes vaporariorum, uma mosca-branca comum em condições mais frias e de altitude. Este vírus também infecta a batata.
Para complicar ainda mais o cenário brasileiro, em 2014 foi detectada a espécie Mediterranean de mosca-branca, conhecida por biótipo Q. Originada da região do Mediterrâneo na Europa, esta praga foi detectada no Brasil inicialmente no Rio Grande do Sul, mas mais recentemente no Estado de São Paulo e no Paraná. Sua introdução no país ocorreu possivelmente por plantas ornamentais, uma vez que diversas espécies ornamentais apresentavam-se colonizadas por ela.
A espécie MED (biótipo Q) é predominante nos países da Europa e Ãsia. Estudos realizados indicam que essa espécie tem baixa suscetibilidade a inseticidas, o que a torna ainda mais difícil de ser controlada em um programa de manejo da praga. Além disto, ela tem alta eficiência de transmissão do Tomato yellow chlorosis virus, que é um begomovírus de grande importância econômica em diversos países nas culturas de tomate, feijão, abóbora e pimentão e que ainda não foi relatado no Brasil, porém está muito próximo de nós, America Central e Venezuela. Também coloniza extremamente bem culturas como o pimentão, hoje no Brasil pouco afetado pela espécie MEAM1 (Figura 1).
Outra constatação preocupante é de que MED (biótipo Q) em 2015 foi detectada somente em estufas ornamentais comerciais e em floriculturas no Estado de São Paulo e Paraná, já em 2016 foi verificada infestando importantes hortaliças, como tomate, pimentão, brócolis e pepino, tanto em estufas como em campos abertos localizados nas proximidades de onde MED foi detectada em plantas ornamentais no ano anterior.
Introduções de pragas invasivas aumentaram particularmente com o comércio internacional globalizado, e assim vem causando muitos danos à agricultura, florestas e plantas ornamentais em todo o mundo. O acompanhamento regular da dinâmica de B. tabaci é fundamental para a detecção precoce do estabelecimento desta nova espécie na agricultura brasileira. Os aspectos biológicos desta espécie, como sua capacidade de transmitir vírus e a suscetibilidade a inseticidas comerciais utilizados no Brasil necessitam ser esclarecidos para poder dar subsídios para seu manejo.
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